Família é presa por suspeita de tortura, escravidão e estupro a mulher com deficiência no RS

Ela era obrigada a trabalhar mais de 15 horas por dia sem comida e bebida e sem poder ir ao banheiro, em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Filho do casal ainda a violentou sexualmente com consentimento dos pais, segundo a polícia.

A Polícia Civil prendeu preventivamente, na manhã desta terça-feira (22), um casal e o filho, suspeitos de tortura, escravidão, estupro e crimes patrimoniais contra uma mulher com deficiência, em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A partir de uma denúncia anônima, a polícia tomou conhecimento, no início do mês de junho, que uma mulher portadora de necessidades especiais era mantida em cárcere privado e submetida a violência física por um casal.

O denunciante relatou à polícia que a situação já durava pelo menos cinco anos e que a mulher era forçada a trabalhar em circunstâncias que extrapolavam a condição física, e era agredida caso não cumprisse a jornada estabelecida pelos suspeitos.

De acordo com o que foi apurado, os presos eram vizinhos da vítima e, em determinado momento, teriam vendido a casa em que ela residia e roubado o cartão de benefício previdenciário. A partir disso, eles teriam iniciado uma série de violências, segundo a polícia.

“A vítima, se arrastando, era obrigada a trabalhar todo o dia, por mais de 15 horas, sem comida e bebida até que terminasse suas tarefas. Além disso, era proibida de utilizar o banheiro antes de terminar seus afazeres, urinando-se nas calças em diversas oportunidades, o que lhe causou uma gravíssima infecção”, diz a polícia.

Durante o mesmo período, o filho do casal, um adolescente de 16 anos, passou a abusar sexualmente da mulher, com o consentimento dos pais. Ainda, de acordo com as investigações, em mais de uma oportunidade, ela foi obrigada a usar cocaína pela suspeita.

A delegada Luciane Bertolletti afirma que “as condições em que a vítima foi encontrada denotam a crueldade dos crimes praticados pelo casal”.

“Foi uma situação terrível criminosa, a pessoa deficiente estava em uma situação de muito sofrimento”, completa o diretor da 2ª delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza.

Fonte: G1