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Militar do Sul morreu vítima de covid-19 nesta quarta-feira (20).
Familiares e amigos do general Geraldo Antônio Miotto, 65 anos, se reúnem na Igreja Matriz de São Marcos na manhã desta quinta-feira (21) para se despedir do militar. No velório, militares fazem a guarda fúnebre para homenagear Miotto. Comandante Militar do Sul até abril de 2020, Miotto morreu nesta quarta-feira (20), vítima de covid-19. Ele tinha 65 anos e era natural de São Marcos, onde nasceu em 20 de março de 1955. O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, desembarcou em Caxias do Sul e se deslocou para São Marcos de carro por volta das 13h45min. Ele foi abordado pela imprensa, mas pediu compreensão por ser uma situação muito triste. Mourão. O vice-governador do RS, Ranolfo Vieira Jr, também compareceu ao velório.
O general é descrito por amigos, militares e familiares como um líder nato. Admirado pela tropa, chegou na mais alta patente do Exército Brasileiro sem deixar de lado a simplicidade e humildade. Amigo de longa data, Ivan Carnino, 58, se despede do amigo que considera um irmão:
— Ele foi sempre admirado pela tropa e nunca temido. Ele deixa a marca da seriedade e competência. O que podia fazer pelos soldados, ele fazia sempre.
Miotto deixou a esposa, Lola, os filhos Rebeca, 35, e Armando, 33, e os netos Catarina, 3, Gabriel, 2, e Davi, que está a caminho. O genro Edson Missau Jr, 37, lembra do sogro como um ser humano exemplar.
— Ele era um pai de família e marido exemplar. Um ser humano acima da média e que dedicou a vida inteira ao Exército — emociona-se.
Ele conta que, quando Miotto entrou para a reserva ao deixar o Comando Militar do Sul, decidiu ficar mais próximo da família:
— Ele deixou de aceitar empregos importantes para ficar com a família. Ajudava a todos, era a maior alegria dele.
Comandante do 3º Regimento de Osório, que faz a Guarda Fúnebre, o tenente-coronel Gustavo Schiffner, destaca a liderança do general.
— Ele era um líder no sentido amplo da palavra. Sabia fazer, dizia e mostrava como fazer. Chegou ao mais alto posto, com as quatro estrelas, mas nunca deixou de ser do chão de fábrica, como dizia — afirma.
Ele ainda lembra com carinho da trajetória do general:
— Trabalhei com ele três vezes no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro. Ele ajudou a resolver muitas crises. Foi grande como pessoa e foi exemplar para a sociedade também com obras como a duplicação da BR-116.
O Novo Comandante Militar do Sul, general Valério Stumpf Trindade, também lamentou a perda:
— Grande chefe militar e um grande brasileiro. General Miotto era uma pessoa excepcional a serviço do Exército Brasileiro. Era um homem simples, respeitado, um grande líder, admirado por seus superiores, seus pares e subordinados. É uma tristeza muito grande se despedir do general.
Há um ano, em janeiro de 2020, quando ainda estava à frente do Comando Militar do Sul (CMS), Miotto esteve em Caxias. O general acompanhou a troca de comando do 3º GAAEe na cidade. O general adorava animais e montar a cavalo, tanto que Outubro do Rincão, o último cavalo que montou, estará presente na cerimônia na Serra.
Emoção no sepultamento
O sepultamento do general emocionou amigos e familiares. Durante a cerimônia, que contou com a presença de militares e políticos, o Exército prestou homenagens a Miotto. Um dos momentos mais emocionates foi a saída do caixão da Igreja. O corpo do general foi carregado pela guarda fúnebre composta por militares. O cavalo Outubro do Rincão estava a frente do cortejo fúnebre que seguiu a pé até o cemitério de São Marcos.
Diversos são-marquenses acompanharam o cortejo. Eles observaram da calçada e alguns seguiram até o cemitério. Na frente do local estava a banda do Exército, que prestou as honras militares, com tiros e música ao final do trajeto. O público continuou em frente ao cemitério enquanto familiares, amigos e militares entraram para as últimas homenagens. A banda tocou Gritos de Liberdade, uma das músicas preferidas do general.
Fonte: Gaúcha/ZH