Ministério Público apura 35 denúncias de mulheres que afirmam ter sido assediadas por Cairo Barbosa na cidade de Canguçu. Defesa do profissional afirmou que se manifestará apenas em juízo.
Um médico ginecologista de 65 anos, réu por assédio sexual, foi preso preventivamente, na tarde desta quinta-feira (17), em Rio Grande, na Região Sul do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil cumpriu mandado expedido pelo Judiciário no fim da manhã, encontrando o ginecologista Cairo Barbosa em um apartamento na Praia do Cassino.
O advogado do médico afirmou ao G1 que a “defesa se manifestará apenas em juízo”. Cairo será encaminhado para o presídio de Canguçu, onde responde ao processo.
Há duas semanas, ele foi proibido de atender em consultório após pedido do Ministério Público e ainda em maio, o Judiciário já havia impedido a atuação do ginecologista dentro do Hospital de Caridade de Canguçu.
O G1 entrou em contato com o Hospital de Caridade e aguarda retorno.
Para equipe da RBS TV, a polícia civil afirma que Cairo segue com o registro profissional suspenso e afastado das atividades no hospital.
Para o delegado César Nogueira, da Delegacia de Polícia de Canguçu, “além dos fundamentos jurídicos que motivaram a decretação da prisão preventiva, a prisão realizada hoje traz conforto a uma geração de mulheres canguçuenses que sofreram abusos”.
A prisão não tem prazo definido. O pedido do MP é justificado na garantia da “ordem pública” e porque os novos relatos feitos são de abusos cometidos no ano de 2020.
O homem é acusado de cometer os crimes entre 2012 e 2017. Inicialmente, quatro mulheres, que não se conheciam, contaram à policia que ele as teria assediado em procedimentos realizados no Hospital de Caridade de Canguçu. Até agora, de acordo com o MP, 35 mulheres já relataram casos de abuso.
Ginecologista é réu por abuso e violência sexual contra pacientes em Canguçu
Depoimentos
Pacientes afirmam que o ginecologista não usava luvas, tocando nelas de modo inapropriado. O mesmo relato foi feito à RBS TV por uma das mulheres que denunciou o médico.
“Sem luvas, eu achei um pouco estranho, né? Porque não é de costume de médico examinar paciente sem luva”, disse.
Uma paciente foi consultada por Cairo em 2017 quando estava nas primeiras semanas de gravidez. Ela afirma ter sido abusada no momento em que ficou sozinha com o médico.
“Ele pediu pra eu deitar, tirar toda a roupa e começou com a mão direita a me tocar. A princípio eu achei que era um exame normal, não vi maldade, mas ele começou com a outra mão. Com a mão direita ele estava me tocando, e com a esquerda alisava minha cintura, subiu a mão, alisava o meu seio”, lembra.
Paciente afirma ter sido abusada por ginecologista enquanto estava grávida em Canguçu — Foto: Reprodução/RBS TV
Fonte: G1