Municípios da região Sul do RS decretam estado de calamidade na área da saúde

Associação que representa 23 cidades da região enviaram carta para o Palácio Piratini relatando dificuldades e pedindo providências. Na Fronteira Oeste, pacientes de tratamento de Câncer encontram transtornos e falta de remédio.

Vinte e três municípios da Região Sul do estado declararam situação de calamidade na área da saúde em função da falta de repasses para hospitais e prefeituras. Os prefeitos pedem que o governo do estado faça uma liberação emergencial de recursos para quitar, antes do fim do ano, salários atrasados e o décimo-terceiro.

Nesta sexta-feira (21), a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), que representa as prefeituras, submeteu um ofício ao governo relatando as dificuldades de manterem abertas inclusive o atendimento emergencial, em solicitando providências. Confira abaixo a lista de municípios:

  • Aceguá
  • Amaral Ferrador
  • Arroio do Padre
  • Arroio Grande
  • Candiota
  • Canguçu
  • Capao do Leão
  • Cerrito
  • Chuí
  • Herval
  • Jaguarão
  • Morro Redondo
  • Pedras Altas
  • Pedro Osório
  • Pelotas
  • Pinheiro Machado
  • Piratini
  • Rio Grande
  • Santana do Boa Vista
  • Santa Vitória do Palmar
  • São José do Norte
  • São Lourenço do sul
  • Turuçu

Fronteira Oeste

Situação também é grave na Fronteira Oeste. Em São Gabriel, pelo menos 200 pacientes estão sem tratamento nas áreas de oncologia e cardiologia. A população também tem sofrido com falta de remédios.

Cerca de 160 pacientes de tratamento contra o Câncer e 40 de cardiologia eram encaminhados para São Gabriel para Uruguaiana, que também passa por dificuldades. Desde que os serviços foram suspensos, apenas os casos mais urgentes de cardiologia são encaminhados para Rio Grande.

A prefeitura busca a abertura de um centro de oncologia, que será capaz de atender 300 pessoas por mês. Porén, ainda falta a habilitação por parte do Ministério da Saúde. A situação preocupa a administração. “É uma vida, uma patologia que já mexe bastante com a parte física da pessoa, emocional, e a partir de quando tu tem esse tratamento descontinuado, como fica essa pessoa?”, diz o secretário municipal de Saúde, Ricardo Coirollo.

Uma das pacientes que espera pela regularização do tratamento é a dona de casa Carmem Catarina Santana. Depois de sessões de rádio e quimioterapia, ele segue o tratamento com medicação oral.

Neste mês ela ainda não recebeu os comprimidos. “Essa doença é malvada, né. Eles me avisaram que tem que cuidar pq volta”, lamenta, emocionada.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que semana passada pagou despesas referentes à agosto para os hospitais. E que espera fazer um novo repasse até o dia 28 de dezembro, desde que a arrecadação permita. Sobre a falta de medicamentos, a secretaria informou que só poderia responder se tivesse o nome de cada paciente e cada remédio.

Fonte; G1