Mobilidade Urbana: muito carro na cidade e pouco planejamento

 

 

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No Dia do Corretor de Imóveis, o Conselho do Plano Diretor, em Parceria com o CRECI-RS e a OAB Subseção Alegrete, dando continuidade à Jornada de Trabalho pró revisão da legislação referente à modernização da cidade, promoveu uma palestra com o engenheiro alegretense João Otávio Marques Neto, diretor administrativo do CREA-RS, sobre Mobilidade Urbana. O evento foi realizado no salão de atos da OAB Alegrete e se transformou num grande debate sobre o tema e a questão do Plano Diretor da cidade. João Otávio, com a sua experiência de 15 anos na Secretaria dos Transportes da Prefeitura de Porto Alegre, contextualizou o tema da mobilidade urbana que definiu como a condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano de uma comunidade. O palestrante abordou a mobilidade nas cidades planejadas e nas cidades que não tiveram planejamento urbano. Para resolver tudo isso, o governo instituiu as diretrizes da Política Nacional da Mobilidade Urbana, em 2012 para municípios com população acima de 20 mil habitantes que deverão ter o Plano Diretor e o Programa de Mobilidade Urbana. O prazo dado foi de três anos, está vencendo este ano, mas apenas um município tinha concluído o plano. O Plano Diretor de Alegrete está na fase de revisão, informou o presidente do Conselho do Plano Diretor, Adão Faráco.
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Alguns números apresentados pelo palestrante mostraram que o trânsito de Alegrete, guardadas as devidas proporções, não difere muito da realidade nacional. O Brasil, que tem 201 milhões de habitantes, tem uma frota de 81 milhões de veículos, significando 40% da população. Alegrete, com 78,9 mil habitantes, tem uma frota de 33,4 mil veículos, representando 42% em relação à população, conforme dados de janeiro deste ano.
O crescimento da frota de veículos em Alegrete chega a ser impressionante. Conforme os dados revelados pelo engenheiro João Otávio, em 2001 Alegrete tinha 15 mil veículos, pulando para 33 mil veículos 14 anos depois. São 18 mil automóveis, 987 caminhões, 4.388 caminhonetas e camionetas, 7.515 motos e motonetas, 298 ônibus e 771 reboques, além de outros 400 veículos não especificados. No gráfico dos acidentes de trânsito em Alegrete, é notório o crescimento dos casos envolvendo motocicletas.

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Travou-se ao final um grande debate sobre o trânsito de Alegrete e entre as participações nas discussões o secretário de segurança e cidadania, Luiz Cláudio Maglioli. Também presente o diretor da empresa Vaucher, Gilson Vaucher que traçou uma verdadeira radiografia sobre o transporte coletivo. Entre suas considerações, disse que o corredor livre na General Sampaio deu 7 minutos de ganho no horário dos ônibus, o mesmo tempo que é gasto para carregar e descarregar um cadeirante, sem falar quando o trem interrompe o tráfego na passagem para a Santa Casa. Também foi abordado o tema dos quebra molas em excesso e sobre os quais há uma legislação. O presidente do Conselho do Plano Diretor, Adão Faraco, resumiu o debate realizado com a afirmação de que em relação ao plano diretor e a mobilidade urbana, foi levantada a tampa de uma panela de pressão. As discussões certamente terão novos desdobramentos.

 

Informações: Alair Almeida