O PAT errou ao anunciar a vinda das lojas Havan para Alegrete

Lamentamos profundamente não ter se confirmado a informação que veiculamos na quarta-feira, sobre a instalação de uma franquia das lojas Havan em Alegrete. Frequentemente noticiamos golpes e artimanhas enganosas por parte de indivíduos ou facções criminosas que tiram proveito da boa fé das pessoas, desta vez, nós fomos as vítimas. Reconhecemos que fomos ludibriados pela forma ardilosa e dissimulada como uma  pessoa se passou por membro do Departamento de Marketing de um suposto novo modelo de negócios das Lojas Havan: franquias, uma modalidade nova que estaria começando pelo RS e em municípios onde já  tivesse ocorrido sondagens para instalação de filial da rede, como é o caso de Alegrete.

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O indivíduo, inicialmente fez contato com nosso departamento comercial, forjou números da sede da empresa que estaria situada no estado de São Paulo e, por três dias, fez relatos das negociações envolvendo um local na Zona Leste e empresa locais que seriam parceiras, um delas na área da construção civil que quando contatada pela nossa reportagem preferiu não se manifestar sobre o questionamento se havia sido contratada ou não para realizar a suposta obra. Por ser uma empresa idônea, não temos duvida que não houve intenção de corroborar com a falsa narrativa que estava em andamento. Mas, intencionalmente, como não houve uma negativa, a pessoa responsável no momento disse que não se pronunciaria sobre o assunto, isso acabou gerando uma possibilidade de ser real a informação da instalação da primeira franquia da Havan no Estado.

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Na sexta-feira, diante de contradições detectadas por nossa equipe, iniciamos uma investigação e em poucas horas, pelo chip do negociador, chegamos até o autor da trama. Identificamos o nome e demais informações que serão repassadas ao departamento de investigação da DP, bem como ao nosso procurador jurídico para as medidas cabíveis. O Delegado Mauricio Arruda acompanhou a inusitada situação vivenciada por nós.

 

Ao longo da sexta-feira gravamos alguns dos diálogos com o “mentor” do enredo criado, assim como com a mãe do homem.  Ele não é de São Paulo, é de Alegrete, mas no momento está residindo numa cidade da Zona Sul do Estado. A mãe descreveu o filho como uma pessoa doente, que sofre de distúrbios mentais e estaria passando por algum delírio no momento. Por esse motivo não vamos revelar ainda a identidade do indivíduo, assim como os diálogos gravados. Esse material será entregue à DP para que apure as reais intenções dessa narrativa e por que o obsessivo interesse em nos induzir ao erro. A literatura psiquiátrica é rica em casos de pessoas que têm algum sofrimento psíquico, mas que são dotadas de grande poder de persuasão. Mas, além desse possível dom, o estelionatário não agiu sozinho, ele recebeu orientações muito minuciosas de terminologias do meio publicitário e mostrou conhecimento da dinâmica de rádio e mídia digital, bem como detalhes de conceituadas empresas locais e seus gestores. Nós temos suspeitos e vamos repassar os nomes à DP. Esses são indícios claros que houve a nítida intenção de nos convencer da veracidade dos fatos narrados e nos induzir ao erro, o que acabou acontecendo.

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Como afirmamos no início desta postagem, lamentamos ter criado falsas expectativas em muitas pessoas que já sonhavam com uma possível vaga de emprego, outras oportunidades virão, e quem sabe da própria Havan que já sondou Alegrete.

Quanto às críticas pelo erro involuntário, as recebemos com humildade e vamos ficar muito mais atentos às maldades dos nossos dias. Aos que nessas horas se arvoram como arautos da ética, da moral e da perfeição profissional, nossa tristeza pela pequenez.

Jucelino Medeiros