Prejuízo maior é na pecuária, devido à redução nas áreas de pastagem.
Dilma sobrevoou a região e anunciou liberação de R$ 54 milhões.
A cheia do Rio Uruguai, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, não causou prejuízos somente para os moradores da zona urbana. No meio rural, as perdas devido aos alagamentos já ultrapassam R$ 150 milhões, como mostra reportagem do RBS Notícias (confira no vídeo).

Com a diminuição das áreas de pastagens, os animais têm menos alimento à disposição. A estimativa é que só em Uruguaiana, os criadores de vacas leiteiras percam R$ 1,3 milhão com a queda na produção. Já na pecuária de corte, os prejuízos podem chegar a R$ 15 milhões.
Outra preocupação é com a cultura do arroz. Em Uruguaiana, a enchente inundou pelo 5 mil hectares de terras, o que vai atrasar o plantio, comprometendo a próxima safra. “Isso traz reflexos na cidade porque o comércio sofre”, afirma o secretário municipal de agricultura, Wilson Dornelles. “É um prejuízo que traz muita preocupação a todos os segmentos da sociedade”, acrescenta.
O hortigranjeiro Silvio Jocksch lamenta a perda de toda a produção de alface que havia cultivado, e estava pronta para ser colhida. O Rio Uruguai cobriu a estufa com mais de 3 mil pés.
“Ver toda plantação debaixo d’água dá uma tristeza na gente”, lamenta Jocksch. “Agora leva dois meses para recuperar, para começar a plantar e ela chegar ao ponto de colher”, explica.
A margem do Rio Uruguai fica há 1,5 mil metros da propriedade do produtor rural Paulo Altermann, usada como pasto. O local não costuma ter água, mas teve um quarto da área alagada devido à cheia.
“A parte mais funda, que não baixou, só na primavera terá pasto normal, porque isso apodrece, e fica só barro”, explica Altermann.
Na manhã deste sábado, presidente Dilma Rousseff sobrevoou a região atingida pela cheia do Uruguai. Depois, se reuniu com prefeitos da região e anunciou a liberação de R$ 54 milhões em verbas da União. Na visita, Dilma insistiu que a remoção das comunidades ribeirinhas em áreas de risco precisa ser debatida.
Mais de 2,9 mil pessoas fora de casa
Conforme o balanço divulgado na manhã deste sábado (19), pela Defesa Civil, ainda há 2.950 pessoas fora de casa. Dessas, 2.392 estão desalojadas e outras 558, desabrigadas. A situação segue a mesma segundo novo balanço, divulgado no início da noite do mesmo dia.
Conforme a Defesa Civil na Fronteira Oeste, 1.430 pessoas estão desalojadas e 147 desabrigadas em Uruguaiana. O número de atingidos chega a 480 em São Borja e a 680 em Itaqui.
Fonte: G1