Servidores da Câmara de Vereadores assam galeto em horário de expediente

Funcionários do Legislativo prepararam coxas e sobrecoxas durante a manhã desta sexta-feira para almoço de confraternização

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Funcionários da Câmara de Vereadores de Santa Maria foram vistos, por volta das 10h de sexta-feira(24), assando coxas e sobrecoxas de galinha no interior do novo prédio do Legislativo, ainda em construção, na Rua Vale Machado. A promoção do evento chamou a atenção de contribuintes, que telefonaram para o Diário, a partir das 9h, informando que um galeto estava sendo feito no local durante o horário de expediente.

O presidente da Câmara de Vereadores, Sergio Cechin (PP), confirmou ao Diário que entre dois e três servidores do Legislativo estavam envolvidos diretamente com o almoço, que totalizou 78 espetos de carne. Já a organização da festa, que começou após o expediente de quinta-feira, envolveu entre 10 e 20 funcionários.

Segundo Cechin, o almoço de confraternização tem o objetivo de comemorar, antecipadamente, o Dia do Trabalhador (1º de maio) e também marca a abertura da programação da Semana da Câmara, que começa, oficialmente, no dia 4 de maio e vai até o dia 9. Cerca de 150 pessoas estavam convidadas a participar do almoço.

O presidente da Câmara disse ainda que a confraternização não prejudica em nada o andamento das atividades do Legislativo, pois, segundo Cechin, o expediente na sexta-feira é das 7h às 13h, e o almoço aconteceria só a partir das 13h30min. O vereador garantiu ainda que todos os ingredientes do almoço foram pagos do bolso dos funcionários, e não com dinheiro público. Questionado sobre servidores estarem envolvidos com a preparação do galeto em horário de trabalho, o presidente da Câmara disse que alguém precisava fazer o serviço, e que era em benefício do Legislativo.

Local do assado é questionado pela própria procuradoria jurídica

Sobre o local escolhido para o almoço, Sergio Cechin, que também é engenheiro civil, afirmou que a instalação da churrasqueira dentro do novo prédio da Câmara, cujas obras estão paradas, não vai prejudicar o andamento da construção, que não está interditada.

Já o procurador jurídico da Câmara de Vereadores, Glauber Rios, afirmou que o prédio de ampliação da Câmara, onde estavam sendo assadas as coxas e sobrecoxas, não deveria estar sendo utilizado para esse fim, pois está com a obra parada e em processo de análise, além de ainda não abrigar atividades relacionadas ao Legislativo.

O advogado e especialista em Direito público Giovani Bortolini garante que, se o prédio em construção ainda não é patrimônio da Câmara de Vereadores, ele não poderia estar sendo usado nem mesmo para eventos de confraternização. Sobre a questão de servidores públicos estarem realizando atividades diferentes das atribuídas ao cargo, Bortolini afirma que, se houver compensação das horas e autorização de um superior, não configura irregularidade.

Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA