Sem alternativa para pedir ajuda, um grupo de pessoas precisou esperar por horas para ser socorrido após um acidente na BR-293, em Quaraí
Por causa de falhas no sinal da telefonia móvel celular, ocorrências de acidentes de trânsito demoram a ser atendidas em algumas regiões na fronteira do Rio Grande do Sul. Em muitos trechos de estrada, o socorro pode demorar a chegar simplesmente pela falta de comunicação entre usuários e policiais, como mostra a reportagem do Teledomingo, da RBS TV. Sem alternativa para pedir ajuda, um grupo de pessoas precisou esperar por horas para ser socorrido após um acidente na BR-293, em Quaraí, na Fronteira Oeste do estado.
Na manhã do dia 3 de junho, a professora Daiane e três colegas capotaram o carro na rodovia quando seguiam viagem para Santana do Livramento.“Fomos desviar de um animal e perdemos o controle do carro. Eu fui a primeira a sair do veículo e tentar pedir ajuda. Nesse momento alguns carros já haviam parado, mas não funcionou o telefone celular, nem o meu nem o das outras pessoas”, relata. “A gente tentou o número da emergência já que no celular diz chamadas de emergência, mas realmente não conseguimos nenhuma ligação”, sustenta.O motorista de um ônibus parou para ajudá-las. Carregou as vítimas, uma a uma, para dentro do coletivo, que serviu de ambulância. “O que nós íamos fazer, esperar? Se piorasse a situação ou perdesse sangue até morrer ou até que alguém chegasse perto da cidade pra pegar o número, o sinal?”, questiona o motorista Jairo Borges Duarte.O trecho de 80 quilômetros ganhou o apelido de Triângulo das Bermudas. “Diversas vezes a gente recebeu comunicados mais de hora depois do fato ocorrido”, confirma o inspetor da PRF, Valmir de Souza.Operadoras
Segundo a operadora Vivo, as regiões mostradas na reportagem da RBS TV não fazem parte da obrigação da operadora, que é atender as áreas rurais distantes até 30 quilômetros dos municípios das regiões Nordeste e Sudeste do país.Já a operadoras Tim, Claro e Oi afirmaram que o serviço de telefonia móvel está de acordo com as metas estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que determina cobertura de pelo menos 80% da área urbana do município. De acordo com Anatel, as empresas têm prazo até dezembro de 2015 para ampliar os serviços em áreas rurais e regiões mais remotas.
Reclamações já vem de muito tempo em Quaraí
A reportagem do último final de semana do Teledomingo, na RBS-TV, não é novidade para a imprensa e nem para as autoridades de Quaraí, desde há algum tempo o assunto tem sido manchete na Folha de Quaraí e tratado com destaque também por outros órgãos de imprensa da cidade, assim como a Câmara de Vereadores já realizou várias audiências públicas, cobrou das operadoras e da Anatel uma solução, mas até agora nada de efetivo aconteceu para solucionar ou minimizar este problema. O vereador Fabrício Alves (PMDB) é um dos que, na atual legislatura continua incansável nesta luta.
Fonte: Folha de Quaraí