Três gerações de professoras, uma vocação da família Trindade Valério

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina - Cora Coralina.

Não apenas nesta data, mas em todos os dias, os professores merecem uma bela homenagem. Neste sábado, 15, é celebrado do Dia do Professor.

A educação envolve necessariamente os processos de ensinar e aprender.

É um fenômeno existente em qualquer sociedade (por mais primitiva que seja) e nos seus grupos constitutivos, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Para ensinar é preciso saber avaliar a totalidade do processo de aprendizagem – destacam muitos docentes.

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E, para celebrar, vamos falar sobre uma alegretense que é a terceira geração como docente. Geovanna Valério Lipa de 22 anos, está no 6º semestre do curso de Letras e já passou por dois estágios. Uma apaixonada pela leitura e redação, mas isso se deve muito de outras duas gerações, a mãe que também é professora e a avó materna.

Geovanna destaca que as duas têm uma influência muito grande em sua vida, e acrescenta que foram e são fundamentais pela escolha de seguir o curso de Letras. Contudo, acrescenta que vê a profissão muito desvalorizada e sem incentivos diante da grandiosidade que é ser um educador. “Em um dos meus estágios, convivi com muitos professores que estavam felizes em razão de ex-alunos que passaram , na federal, para o curso de medicina, por exemplo. Eles são responsáveis pelo conhecimento que levou esses alunos até a realização de um sonho, entretanto, ainda falta muita valorização salarial”- pondera.

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A futura docente considera que os tempos são outros e, diante da atualidade, alguns conceitos em relação à educação também precisam ser adaptados e cita o uso do celular. “Para muitos professores o celular é um vilão, porém, vejo que é necessário saber como inserir na sala de aula, e desta forma, fazer com que os alunos tirem o melhor dele e não apenas o entretenimento. Mas, para isso, é necessário fazer com que eles tenham essa compreensão”- explica.

A avó materna de Geovanna foi professora estadual, municipal e da rede privada. Também foi diretora da escola CIEP e responsável pela alfabetização da filha, Márcia Elisa Trindade Valério e dela. “Minha avó, Dorália Trindade Valério, me alfabetizou, algo que não teria ocorrido, já no primeiro ano, pois eu estava com dificuldades.”- comenta.

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Já a mãe, leciona nas séries iniciais e para o curso de magistério (formação de professores) do Oswaldo Aranha. “Minha mãe fazia faculdade de Educação Física, mas devido alguns acontecimentos, teve que parar, e quando decidiu voltar a estudar percebeu que sua paixão era a pedagogia. Embora as dificuldades no início, principalmente, antes da contratação, ela nunca desistiu e considera que não teria um amor maior por qualquer outra profissão, educar é a sua verdadeira vocação – argumenta.

Algo que sempre marcou muito a infância, foram os momentos de leitura realizados pela mãe e a avó, diariamente. “Depois de ouvir as histórias, eu decorava e narrava apenas olhando as páginas, foi neste período, aos quatro anos que a paixão pela leitura despertou em mim. Além disso, minha mãe sempre instigava para que eu fizesse um resumo, por esse motivo, quando me alfabetizei passei a fazer resumos e o despertar para a redação, algo que sou fascinada”- detalha.

Geovanna só lamenta que a licenciatura esteja desvalorizada. “Hoje, para fazer um Enem e cursar basta ter 400 de média, enquanto que muitos outros cursos a pontuação é muito mais alta, portanto, vejo isso como uma desconsideração com o curso responsável pelo futuro de todos. Não pode ser, por falta de média, uma saída, necessita ser um grande desejo. Pois, desta forma, daqui a pouco vamos ter profissionais frustrados ou não terão mais educadores em salas de aula, exceto em escolas particulares”- conclui.

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