Vídeos mostram briga em boate de Santa Maria

As câmeras de segurança da boate Muzeo Pub, no centro de Santa Maria, registraram a briga envolvendo um policial federal dentro e na frente da casa noturna na madrugada de quarta-feira(03).

O primeiro vídeo mostra o momento da briga dentro da casa noturna envolvendo dois homens e o policial tentando separá-los. No segundo vídeo, aparece o policial correndo atrás de um terceiro homem e apontando a arma em sua direção.

De acordo com o policial federal, que não se identificou à reportagem, ele interviu na briga pois estava perto dos dois homens:

— Estava perto de onde começou a confusão e me afastei. Mas a briga ficou mais acentuada entre duas pessoas. Uma delas estava apanhando muito no rosto. Quando vi que nenhum segurança estava ali, mostrei minha identidade funcional, gritando para o pessoal se afastar. As pessoas se afastaram, e puxei o que estava apanhando. Foi aí que outra pessoa me agrediu com um objeto cortante, acho que era uma garrafa — explica o policial.

Neste momento, o policial deu voz de prisão a outro homem que tentava fugir:

— Saí correndo atrás dele, o persegui até a rua. Consegui detê-lo, dei voz de prisão e, como estava de posse de arma de fogo, mandei que ele deitasse no chão — relata.

Já em frente à boate, pessoas chegaram no torno dos dois:

— Várias pessoas se aproximaram, puxaram o meu braço, por isso atirei duas vezes para cima para o pessoal se afastar. Em seguida, a Brigada Militar chegou ao local.

Sobre o fato de ter chutado a pessoa que estava no chão, o policial se defende:

— Chutei porque ele tentou empreender fuga.

De acordo com Sandro Trentin, advogado do Muzeo, os seguranças da casa noturna viram a briga e, quando se aproximaram para agir, o policial se identificou. Por isso, os seguranças não agiram. O policial envolvido confirma que, em nenhum momento, a confusão teve intervenção dos seguranças, e acrescenta:

— Se os seguranças tivessem feito alguma coisa, eu não teria me metido. Fiquei com medo de a pessoa morrer de tanto apanhar. Eu não poderia deixar alguém morrer na minha frente.

O policial afirma que entrou armado na boate pois essa é a orientação da polícia: andar sempre com a arma, independente do lugar:

— A arma é responsabilidade do policial. Estava em Santa Maria hospedado em um hotel e não tinha um lugar confiável para deixar a arma.

Marcelo Guidolin, sócio do Muzeo, conta que o policial federal pediu para entrar na casa noturna sem entrar na fila:

— Ele disse ao segurança que estava na porta: ‘Sou policial federal, tem como entrar sem pegar fila? Estamos fazendo prova em Santa Maria’. O nosso segurança fez o de sempre: pediu o distintivo e o porte da arma. A seguir, perguntou se ele gostaria de deixar a arma no nosso armário, mas ele se negou e disse: ‘sou policial, não deixo a minha arma'”— relata o empresário.

A preocupação de Guidolin era com os outros clientes da casa:

— O policial sai correndo com a arma em punho, o que causa pânico nos outros clientes. Não temos uma lei que nos permita não deixar um policial entrar armado — reclama Guidolin.

Investigação

A briga no Muzeo será investigada. Conforme o delegado André Diefenbach, como um dos envolvidos no tumulto é um policial federal, ele irá procurara Polícia Federal de Santa Maria para definir o futuro das investigações.