Rodrigo Gasolina, o talentoso atleta alegretense que fez história no futebol

Aos 40 anos, o alegretense Rodrigo Moreira ou melhor Rodrigo Gasolina, carinhosamente conhecido por amigos, depois que pendurou as chuteiras virou treinador, não fugiu à regra dos grandes craques.

A vida em Alegrete passa longe daquele jogador que foi considerado um talismã no Grêmio Porto-Alegrense e outros clubes em que vestiu a camisa.

A história do ex-jogador profissional, que brilhou por duas décadas, principalmente no futebol gaúcho, catarinense, goiano e paranaense, é matéria especial deste final de semana no Portal Alegrete Tudo.

Em virtude da pandemia do novo coronavírus, e até pela situação de doença da mãe de Rodrigo, o encontro não foi possível e a reportagem foi feita pelo aplicativo WattsApp.

Solícito, ele contou a história, ou melhor um livro da sua brilhante trajetória. Não esconde a gratidão eterna ao Flamenguinho de Alegrete, clube que o revelou para o mundo do futebol. No Grêmio de Porto Alegre, marcou história e até hoje mantém um carinho pelo tricolor gaúcho. No Glória de Vacaria, mais uma página vitoriosa, assim como no São Gabriel, Pelotas, Vila Nova de Goiás, C.R.A.C de Goiás, Santa Cruz, Farroupilha de Pelotas, Ulbra Canoas e 15 de Campo Bom.

O alegretense rodou por mais de 35 clubes e hoje mora no Bairro Vila Prado. Pai da jovem Yasmin Moreira e do craque Arthur que, atualmente joga na base  do Concórdia em Santa Catarina, e herdou o dom do pai.

Treinador de carteirinha, Rodrigo se formou em 2014 pela Federação Catarinense de Futebol. Aprendizado que ele desempenha com êxito num belo projeto como professor na Escolinha S.E.Real. Acadêmico do curso de Educação Física na Unopar, Rodrigo é um apaixonado por futebol, está sempre envolvido com o esporte de Alegrete.

No Grêmio ele conta que viveu durante quase 8 anos morando na concentração do extinto Estádio  Olímpico. No monumental, subiu com 14 anos para o grupo profissional, no épico dia em que o tricolor entrou em campo três vezes num único dia. Integrado no profissional, conheceu e jogou com vários jogadores renomados. Entre eles, Danrlei, Arilson, Paulo Nunes, Jardel, Adilson, Vagner Mancini, Emerson, Arce, Polga, Dinho, Fernando Prass e Ronaldinho Gaúcho, hoje muitos interagem direto com Rodrigo pelas redes sociais.

“Época muito boa na minha vida, mas sempre de grande competitividade, naquela época eram só 3 ou 4 jogadores feras por posição”, relembra Gasolina.

Entre os treinadores que influenciaram, Rodrigo lembra do começo aqui em Alegrete, comandado pelo Edinho Machado, o qual cita como muito inteligente e  conhecedor do futebol arte. Já base do Grêmio, cita Cléber Xavier, um cara sensacional, estrategista e detalhista, dois alegretenses que admira até hoje.

“Aprendi muita coisa também com Leão, Bagé, Ernesto Guedes, Rogério Zimermn, Aguinaldo Lins. Mas o cara que sou fã é o Felipão, cara íntegro que aprendi muitas coisas que trago comigo até hoje”, destaca.

Na lembrança guarda jogos inesquecíveis. Na seleção brasileira Sub-17, contra a Argentina marcou um gol e foi eleito uns dos melhores da partida junto com o Juan ex-Flamengo.

No Grêmio, foi em um jogo contra Atlético Mineiro pelo Brasileirão contra o Tafarel. “Sou fã dele quase pedi um autógrafo com jogo rolando num escanteio no Estadio do Mineirão”, revela o alegretense.

Pelo Glória teve a incumbência de marcar o Fernandão durante uma partida. “Um dos jogadores mais inteligentes que marquei”. considera.

“Outro muito inteligente para jogar foi o Tcheco no Grêmio, na fase boa em duas partidas terminei esgotado, mas com dever cumprido. Em nenhuma delas ele marcou gol”, afirma.

Rodrigo diz que conversa bastante com alguns ex-jogadores. “Temos um grupo no  WhatsApp da seleção antiga de base. Converso com Juan e o Júlio Cesar (Ex-Flamengo), Renato (Ex-Santos), Fábio Aurélio (Ex-São Paulo), e mais alguns amigos.

Do Grêmio, China, Palinha ex-Grêmio e São Paulo, o Aguinaldo Lins, Nil do Bigode e o parceiro Sandro Sotille, são amizades conservadas até hoje.

Gasolina recebe intermináveis convites para jogos festivos, mas por muitas vezes fica inviável. A distância de Alegrete para outros destinos acaba frustrando o reencontro com a turma.

Focado na escolinha do Real, Rodrigo faz um bom trabalho e está lapidando cidadãos de bem, e em paralelo a tarefa de revelar  jogadores bons e aptos a jogar em qualquer clube tanto de futsal quanto de campo.

De quarentena, ele só sai de casa por necessidade e com todos os cuidados, pois preza pela responsabilidades com os mais velhos.

“Converso com muitas pessoas de outras regiões do país, estamos numa cidade abençoada pois não temos casos graves de Codiv-19.

Para o futuro, ele quer ajudar a cidade a evoluir no quesito esporte, pois diz que estamos atrasados quanto a outras cidades do RS.

Rodrigo deixa um recado aos alegretenses: “Tenham Fé meus amigos, esta pandemia vai passar, temos que ser inteligentes. O que serve pra alguns não serve pra outros, respeitem a vida, para mais tarde  coloquem a cabeça no travesseiro e dormam tranquilos, não julguem para não serem julgados, cuidem dos idosos e das crianças. Que Deus abençoe a todos”, recomenda o alegretense.

 

Júlio Cesar Santos              Fotos: arquivo pessoal