Depois de nove dias de ocupação, os estudantes que mantinham acampamento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) decidiram deixar o local nesta sexta-feira. Conforme o grupo, a definição ocorreu após a obtenção de algumas conquistas.
Em audiência de conciliação realizada na Justiça Federal nessa quinta-feira, a universidade se comprometeu a cumprir três itens: conceder gratuidade no Restaurante Universitário (RU) para todos os estudantes beneficiários da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), fornecer auxílio de R$ 200 por mês para moradores de casas do estudante beneficiários da PRAE para alimentação nos finais de semana e não criminalizar e nem instaurar qualquer tipo de processo disciplinar contra os estudantes que participaram da ocupação da Reitoria.
Mesmo com a desocupação, os alunos garantem que seguirão pressionando a Ufrgs para que as demais pautas sejam atendidas. Na quarta-feira, a juíza federal substituta Graziela Cristine Torres negou pedido da universidade para reintegração de posse e agendou a reunião entre as partes para a tarde de de quinta.
A Ufrgs entrou com pedido de reintegração após os estudantes rejeitarem a resposta encaminhada pela universidade à pauta com 41 reivindicações. No documento, a Reitoria informou, entre outros pontos, a intenção de providenciar melhorias na iluminação, padronização do cardápio dos Restaurantes Universitários (RUs), realização de reformas e ampliação nas Casas de Estudantes e aumento no valor das bolsas-permanência.
Os estudantes, porém, consideraram que as respostas foram evasivas, além de não apresentarem soluções concretas aos problemas apontados e serem encaradas como uma “tentativa de silenciamento do movimento estudantil”. O grupo pede melhorias relativas a questões como segurança, direitos estudantis (Restaurante Universitário, moradia e bolsa-permanência), além da estrutura universitária, incluindo terceirizações de cargos, transporte, bibliotecas e infraestrutura.
Na Faculdade de Direito, entretanto, a ocupação de alunos, iniciada há 18 dias, persiste. Na quarta-feira, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) anulou o concurso para professor na disciplina de Criminologia e Direito Penal, o que era a principal reivindicação dos alunos.
Apesar disso, o grupo decidiu manter acampamento até que outras pautas sejam acordadas, como a democratização do uso do Salão Nobre, devolução de duas bolsas retiradas do Centro Acadêmico André da Rocha (Caar) e comprometimento da universidade para que os ocupantes não sofram retaliações.
Fonte: Correio do Povo