Estudo revelou o impacto da demora na duplicação da rodovia na economia do sul catarinense
As filas de congestionamento na BR-101, em Santa Catarina, já são velhas conhecidas dos gaúchos que cruzam o Mampituba para passar feriadões no estado vizinho. A novidade, agora, é o valor estimado do prejuízo que o atraso na duplicação da rodovia provoca. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta segunda-feira apontam para um rombo de até R$ 684 milhões na economia da região.
O levantamento considerou as despesas adicionais com transporte e quanto o PIB estadual é impactado com o atraso da obra até 2017, quando a duplicação deve ser concluída. Ilana Ferreira, analista de políticas indústria da CNI e integrante da equipe técnica que acompanhou o estudo, acredita que a baixa qualidade dos projetos básicos da obra é um dos motivos do atraso.
—Quando a empresa parte para a realização da obra, se deparava com custos que não estavam previstos. No caso da BR-101, as chuvas abundantes do local também não estavam no planejamento—avalia.
Para chegar ao montante de R$ 684 mi, o cálculo feito levou em conta o valor extra que será investido em transporte entre Palhoça e a divisa com o Rio Grande do Sul devido ao atraso. De 2007 a 2017 este valor será de R$ 202 a R$404 milhões.
Já o PIB da região foi afetado com uma cifra que vai de R$ 140 a R$ 280 milhões. Ao todo, o custo econômico do atraso na execução desse projeto está entre R$ 342 milhões e R$ 684 milhões, respectivamente entre 10% e 18% do orçamento do projeto apresentado no 8º balanço do PAC 2.
Além da BR-101, o estudo calculou os prejuízos no atraso das obras do aeroporto de Vitória; do projeto de esgotamento sanitário da bacia do Cocó, em Fortaleza; do projeto de transposição do rio São Francisco; da ferrovia de integração Oeste-Leste, na Bahia e das linhas de transmissão ligando as hidrelétricas do rio Madeira ao sistema interligado nacional. O atraso na execução de seis obras do PAC causa prejuízo de R$ 28 bilhões. O estudo, que será entregue aos candidatos à Presidência da República em julho, mostra que o valor do custo extra seria suficiente para construção de 466 mil casas populares.
Fonte: Zero Hora e Diário Catarinense