Redução deve diminuir policiamento nas ruas, diz associação.
Hora extra é comum no dia a dia para suprir a falta de efetivo.
O corte de gastos anunciado pelo governo do Rio Grande do Sul atingiu, entre outras áreas, a segurança pública. A Brigada Militar terá uma redução de 40% no total de horas extras dos policiais.
A hora extra é usada em grandes eventos, como jogos de futebol, por exemplo, quando muitos policiais são deslocados para reforçar a segurança e trabalham além da carga horária. Entretanto, segundo a Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, a prática é comum no dia a dia para suprir a falta de efetivo.
O diretor-presidente da entidade, Leonel Lucas, afirma que faltam pelo menos 12 mil policiais militares no estado. Com a nova medida, diz que é inevitável não haver redução de policiamento nas ruas.
“Cerca de 90% dos brigadianos, de soldados a tenente, fazem hora extra no Rio Grande do Sul. O governo não pode olhar dinheiro em segurança pública, o governo tem que fazer investimento em segurança pública”, critica Lucas.
O comandante de policiamento da capital disse ainda que, ano passado, o governo do estado liberou, em média, 40 mil horas extras por mês. Entretanto, com a troca de governo, ainda não sabe o que estará disponível por todo o ano. No parágrafo único do decreto, as horas extras ficam limitadas a 60% do valor gasto no mesmo período do exercício anterior.
O interior e a Região Metropolitana devem seguir o mesmo critério de redução de horas. Em algumas cidades, como Ernestina, no Norte, os postos da BM precisam ficar fechados algumas horas por dia por falta de policiais. Em Sinimbu, no Vale do Rio Pardo, segundo a Brigada Militar, o efetivo é quase um terço do ideal.
Fonte: G1