Com a adesão de mais seis estados, movimento do Agro continua firme no RS

Sem decisão do Governo Federal, produtores gaúchos seguem mobilizados por mais prazo para pagamento das dívidas

Sem uma decisão do Governo Federal sobre o pedido de securitização — mecanismo que daria mais prazo para que os produtores possam pagar as dívidas com os bancos —, os agricultores do Rio Grande do Sul, inclusive os de Alegrete, continuam mobilizados.

Bruno Borjão, que integra o movimento, comentou que muitas pessoas fazem críticas sem conhecimento da realidade dos produtores, inclusive questionando o uso de caminhonetes de grande porte. Ele esclarece que veículos tracionados são indispensáveis para acessar as lavouras, especialmente em áreas rurais com estradas de chão, como no interior de Alegrete.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

Sobre o uso de maquinários, Borjão reforça que a tecnologia passou a ser essencial para qualquer produção agropecuária no Brasil. “Não há como plantar áreas médias ou grandes e colher sem essas máquinas, que permitem maior produtividade e eficiência”, destaca.

Ele também chama atenção para os altos custos do setor, que envolvem terra, sementes, insumos, máquinas e mão de obra. Segundo Borjão, o agronegócio em Alegrete emprega mais de 18 mil pessoas, entre trabalhadores das lavouras, da pecuária, de empresas e indústrias ligadas ao setor. “O agro representa mais de 70% do PIB do Brasil”, afirma. “É muito sério o endividamento dessa classe, que vem enfrentando safras frustradas há cinco anos. Ninguém está pedindo perdão das dívidas, e sim mais prazo para pagar e continuar trabalhando.”

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

Ele informa ainda que a mobilização, iniciada no Rio Grande do Sul, já conta com o apoio de produtores de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Maranhão.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

O produtor rural Mário Lisbisnki, de 68 anos, disse que cresceu na lavoura e está há 18 anos em Alegrete. Ele afirma nunca ter passado por uma situação tão difícil. “Estamos sem fôlego e acreditamos que o governo vai entender a situação de todos os trabalhadores rurais gaúchos, inclusive pequenos e médios produtores, que sofreram com a enchente e a seca e não conseguiram colher praticamente nada”, relata.

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigas
O mais novo Mais Votados
Comentários em linha
Exibir todos os comentários