Dispensa do uso de máscara divide opiniões de médicos

Desde o início da pandemia, a máscara tem sido um acessório essencial. Recomendada pelos principais órgãos mundiais, sua eficácia contra a Covid-19 é atestada cientificamente.

Infelizmente, muitas pessoas tiveram as suas vidas interrompidas pelo vírus, mas o número de óbitos seria muito maior se não tivéssemos a proteção facial.

Com o aumento da cobertura vacinal no Brasil, vários estados e cidades brasileiras começaram a implementar medidas que determinam o não uso obrigatório de máscara ao ar livre. É o caso do estado do Rio de Janeiro que, no dia 28 de outubro, instituiu uma lei que dispensa o uso de máscara em locais abertos. Tal medida também foi acatada pelo Distrito Federal, onde a máscara também deixou de ser obrigatória – ao ar livre – a partir de 3 novembro.

Quanto a não utilização da proteção facial em lugares abertos, os medicos estão divididos. Há uma parte que considera aceitável tirar a máscara ao ar livre, pois a ventilação dispersa o vírus que possa eventualmente estar próximo. Obviamente, isso só se sustenta se você não estiver em aglomerações, que representam grande risco de contágio; e se não tiver um contato cara a cara com uma pessoa infectada (batendo um papo com ela, por exemplo). Dessa forma, segundo alguns epidemiologistas, estando devidamente vacinado, sua exposição ao Sars-CoV-2, em lugares abertos, será baixa.

Por outro lado, há especialistas que têm manifestado receio na implementação da medida que dispensa o uso obrigatório de máscara ao ar livre. Para este grupo, é perigoso aprovar tal medida, pois há o risco da população pensar que a pandemia já acabou e fazer com que muita gente acabe dispensando a proteção facial, também, em locais fechados, onde ela continua extremamente necessária. Além disso, os médicos não favoráveis à medida que torna o uso de máscara não obrigatório em lugares abertos, dão o exemplo de Israel, nação que dispensou o uso da proteção facial ao ar livre.

Neste país, tido como referência no processo vacinal, primeiramente, em 18 de abril, acabou com a obrigatoriedade das máscaras em locais abertos, o que não impactou significativamente nos níveis de casos e mortes. Mas, após abolir o uso ao ar livre, instituiu uma medida que também dispensava o uso da proteção facial em locais fechados, o que culminou com um aumento expressivo de casos diários e, consequentemente, de mortes.

O exemplo de Israel, para uma parte dos médicos, é a prova de que implementar uma lei que torne dispensável o uso de máscara ao ar livre é pedir para “canoa virar”. Inicialmente, pode não a ver mudanças no quadro de casos, mas, então, outras práticas preventivas de combate à Covid-19 começam a ser dispensadas, e é aí que “mora o perigo” – afirmam epidemiologistas.

João Baptista Favero Marques

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Terezinha

Por favor quem redigiu o texto, onde se lê ” não a ver” o correto seria ” haver” com H.