As incertezas quanto a travessia da ponte pelos ônibus do transporte coletivo, estão causando muita preocupação e despesas para as empresas.Para os passageiros, insegurança, desgaste e insatisfação. A constatação é do empresário João Antônio Nogueira, Presidente do STU- Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano, que afirma ser muito delicada a situação que os transportadores e passageiros estão enfrentando com a interdição da ponte Borges de Medeiros para os ônibus.
Nogueira diz não ter muito claro o que é mais perigoso. Um eventual risco de passar na ponte, ou trafegar por uma BR, em meio ao intenso fluxo de caminhões e carretas em alta velocidade e os ônibus lotados, com passageiros em pé e, sem o uso do cinto de segurança. -“Onde está o perigo maior”, questiona.
João Antônio menciona que além desses riscos, os passageiros estão se ressentindo dos horários que agora em vez de ônibus a cada 20 minutos em algumas linhas, o usuário terá de esperar uma hora e meia. A linha Vera Cruz- Capão do Angico, por exemplo, numa situação normal é possível fazer 10 vezes o trajeto por dia, agora é no máximo 6.
As empresas estimam em 18 mil reais o custo em diesel até o momento, sem contar os cerca de 15 mil passageiros que deixaram de transportar no período. Esses são apenas alguns dos custos, sem contar outros, como o excessivo desgaste dos carros que percorrem 500 km a mais no final do dia.
O advogado Fábio Boeira, procurador jurídico do STU, ainda acredita que seja possível uma saída negociada com a Prefeitura. Mas, a morosidade para algumas resoluções, entraves técnicos e a falta de um plano de emergência para situações como essa, deixam uma grande apreensão entre as empresas prestadoras de serviço, argumenta Boeira. Se num curto espaço de tempo não houver uma solução que equacione esse impasse, seremos forçados a buscar na justiça uma solução para essa questão. O advogado não definiu ainda o que seria gestionado, como forma de resolver o problema da travessia da ponte. Mas, adianta que o laudo definitivo da Unipampa, possivelmente demore mais alguns dias ou semanas, pois algumas aferições nos pilares centrais e na parte debaixo da ponte, ainda nem foram feitas, logo, não se pode descartar um período maior do que o previsto para saber se será permitida a passagem de veículos com mais de 10 toneladas ou não. “E se as empresas tiverem que continuar nessa rota que aumentou em 10 km o percurso de algumas linhas? o prejuízo pode ser irreparável. Sem contar outros riscos de segurança já mencionados”, concluiu Fábio Boeira.