Em depoimento prestado à Polícia Civil no dia 22 de abril, Graciele Ugulini chora e se arrepende por ter matado Bernardo Boldrini
A madrasta do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, encontrado morto em uma cova às margens de um rio em Frederico Westphalen em abril deste ano, falou à Polícia Civil de Três Passos que o assassinato do garoto não foi “por querer”. Em depoimento de quase duas horas prestado no dia 22 de abril – divulgado na noite deste domingo pelo Fantástico –, Graciele Ugulini apareceu chorando e afirmou estar arrependida do crime.
– Nunca tive a intenção de fazer uma coisa dessas, de maneira nenhuma – disse.
Presa em Guaíba, na Região Metropolitana, a madrasta garantiu que não aplicou a injeção letal no menino e que o enteado morreu dentro do carro, no dia 4 de abril. Segundo a enfermeira, companheira de Leandro Boldrini, pai de Bernardo, o garoto “começou a babar” dentro do carro após ingerir uma quantidade muito grande de remédios:
– Vi que ele começou a babar, chamei, sacudi e nada. Acho que dei muito remédio pra esse guri. Eu só pensei: a gente vai ter que dar um jeito no corpo, tem que esconder esse guri em algum lugar, fazer alguma coisa. Quando chegar em casa, invento qualquer coisa. Na hora foi a saída que achei. Ela (Edelvânia Wirganovicz, acusada de ajudar no crime) me levou pra esse lugar e lá a gente enterrou.
Graciele garante que Leandro Boldrini, recolhido à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), não tinha conhecimento do assassinato e não ajudou a arquitetar o crime:
– No caminho eu vim pensando: o que eu vou dizer pro pai dele? Aí eu resolvi falar isso, que ele tinha ido dormir num colega. Mas eu tava tão desesperada, tão desesperada, que só queria consumir com o corpo. Mas eu não fiz por querer. Eu nunca quis, não era essa a intenção, não era.
Fonte: Zero Hora