Isolamento em razão da Covid pode reaproximar casais

Máscara Covid-19
Máscara Covid-19

No dia 31 de janeiro, Alegrete estava com 683 pacientes ativos, destes 671 em isolamento domiciliar. Todos estes números são relacionados à Covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico.

 

 

Um número bem expressivo de pessoas que diante de todos os protocolos devem ficar em casa, no mínimo 14 dias, dependendo de cada caso. Isso significa que muitos precisam se organizar para essa nova fase e muitos descrevem que para não perderem a sanidade é preciso estabelecer uma rotina: quarentena não é férias por isso é preciso se envolver com o trabalho(quando é possível), ler bastante, ver filmes, estudar entre outros.

A redação do PAT recebeu de uma leitora a descrição do que foi para ela o isolamento por uma semana. Ela sentiu-se mal,  procurou a UPA e inicialmente os sintomas eram muito semelhantes ao da Covid-19. A leitora que preferiu não se identificar, descreveu como foi ficar esse período com o esposo. Eles que, até então tinham uma rotina bastante agitada em que o convívio era mais à noite, tiveram que ficar 24h durante sete dias(o período foi esse em razão do resultado do exame ser negativo), sem opção de sair ou de buscar alguma alternativa. Mas, ao contrário do que eles imaginavam, o período os aproximou ainda mais. Eles se redescobriram como parceiros, cúmplices e amantes.

No texto que ela enviou, cita: Isolamento! A experiência de um casal em confinamento.

Em tempos de pandemia quando surgem sintomas do vírus(Covid-19), por recomendação médica, o isolamento deve ser cumprido num período mínimo de 14 dias (inicialmente). O impacto da notícia e a preocupação de estar ou não com à Covid  me fizeram fazer uma avaliação sobre o isolamento.

Ficar confinada dentro de casa parece ser interessante mas o que não se sabe que todos nós não somos acostumados a ser privados do direito de ir e vir. A rotina nos garante tomar decisões simples como ir ao mercado, padaria, à feira, farmácia, entre outros lugares. Tudo isso é quase no modo automático de uma vida normal.

Mas quando cumpre-se o isolamento à risca, descobrimos que dois dias é bom mas após isso surgem pensamentos que nos dão um ar de prisão. Começamos a sentir falta da normalidade, da rua, dos amigos, do convívio com a família, amigos, colegas de trabalho. E começamos a nos reinventar, o modo limpeza é ativado, todos os dias o dia inteiro, tentamos ocupar a mente com tudo aquilo que antes era imperceptível. Mas a abstinência de “sair” não sai da mente. E tem mais, você não está confinado sozinho, está com o seu companheiro.
Aquele que compartilha a vida, as alegrias, tristezas e os problemas. Mas alguém já parou para pensar que quando duas pessoas ficam juntas 24 horas por dia, algumas descobertas acontecem?

No nosso caso, ficou um aprendizado do quanto podemos ser companheiros, parceiros e dedicados para que no final tudo possa dar certo. Como foi bom redescobrir a outra pessoa, o que poderia ter sido um desastre, até mesmo impossível de suportar, teve uma leveza incrível pois estávamos juntos. A minha explosão se perdia em sua calmaria e vice versa. Enquanto ouço e vejo várias notícias de casais que não “suportaram” a pandemia e o relacionamento se desfez, deixo aqui o relato do quanto pode ser diferente e uma relação que talvez, possa estar até desgastada pela falta de tempo, neste caso, a pandemia e o isolamento podem auxiliar. É preciso ver mais quem está do seu lado, seja mais amor que discórdia, seja mais paciente e resiliente. Saímos do isolamento após o resultado negativo, que já era uma ótima notícia, com nosso relacionamento mais fortalecido.

O recado que eu deixo para as pessoas é que sigam todas as recomendações, principalmente com o isolamento domiciliar. E, diferente disso, que mantenham o isolamento social(aglomerações) saindo só quando extremamente necessário, aconselhou.

Flaviane Antolini Favero