Jovem mostra superação após grave acidente de trabalho em Alegrete

 

 
EliandroVizzotto de Freitas, 25 anos foi vítima de um acidente de trabalho no mês de abril. De lá para cá passou por inúmeras dificuldades. Sua vida mudou radicalmente, mas com a força de viver, aliado ao apoio de familiares, amigos e auxílio clínico retomou sua trajetória de sucesso na vida.
 
Portal: Como foi o acidente de trabalho ?
Eliandro: Era 30 de abril, do ano passado (2013), eu estava limpando uma máquina e cai. Na queda fiquei preso pela perna direita; entre o acidente e o fim a cirurgia tive três paradas cardíacas, cheguei no hospital quase sem sangue no corpo. Fiquei três dias em coma e com parte da perna direita amputada.
 
Portal: Após o acidente e a cirurgia, quais foram as medidas para o teu caso ?
Eliandro: Tive total amparo da empresa, fui transferido para Passo Fundo onde amputaram mais uma parte da minha perna que estava necrosando. Fiquei 38 dias internado e para aguentar a dor me davam doses de morfina a cada quatro horas, depois disso voltei para Alegrete.

Portal: Como foi o retorno ?
Eliandro: O começo foi difícil, entrei em depressão e perdi um pouco o gosto pela vida. Em casa recebia visitas diárias de familiares e amigos. Sentia muita dor e os remédios amenizavam. Comecei a sair com auxílios de muletas. No Cerest consegui o tratamento para recuperação física e psicológica com a fisioterapeuta Cláudia e a psicóloga Anália. A partir daí comecei a ir em Erechim para colocar a prótese.

Portal: Conta como foi voltar a ensaiar com sua banda de rock ?
Eliandro: Foi na última noite do FAC de 2013.  Fizemos o show de abertura, nossa ! foi a coisa que mais me alegrou após o acidente.
 
Portal: Como foi a adaptação com a prótese ?
Eliandro: Em janeiro deste ano, tive o meu primeiro contato com a prótese. A Caal me apoiou em tudo e, graças a Deus demorou menos que o previsto, para eu estar usando a prótese definitivamente. Ia Iá uma vez por mês, mas não conseguia usar, machucava muito, usava um dia e tinha que esperar cicatrizar os ferimentos.

Portal: E quando ocorreu a adaptação ?
Eliandro: Em abril de 2014 tudo mudou, o encaixe perfeito. De volta a cidade tocamos no Aldeia Rock, toquei em pé, já que no FAC não conseguia ficar assim, só sentado. O Dr. Garcia especialista em prótese pediu para mim usar as muletas, não me aguentei e, no segundo dia já caminhava sem apoio. Caí alguns tombos por falta de atenção, mas faz parte do aprendizado, hoje quem me vê, nem sabe que uso prótese.

Portal: Como foi seu ingresso no grupo Esportes Para Todos ?
Eliandro: As professoras de educação física, Josie Pillar e Cláudia, mais o diretor Cleiton Dichetti fizeram o convite eu aceitei na hora. O grupo tem cadeirantes, jogamos bocha adaptada e tênis de mesa. Após a aprovação do projeto conseguimos recursos para as cadeiras de roda e hoje praticamos basquetebol, tudo coordenado pelas professoras da Apae.
 

Portal: Qual a lição disso tudo ?
Eliandro: Prevenção, só a prevenção é capaz de diminuir os risco de acidentes, eu voltei a estudar, assisti um relato de outra vítima de acidente de trabalho num seminário aqui em Alegrete, e isso só renovou minha estima. Vamos fazer umas viagens com o grupo e toda infelicidade que tinha tomado conta de mim foi embora.

Portal: Quem é o Eliandro hoje ?
Eliandro: um cara do bem, com ajuda do Cerest, Caal, meus amigos, minha família e o grupo Esporte para Todos da APAE, os médicos que me atenderam, a minha Banda Cabra Vesga, voltei aos estudos e todos me deram vontade de viver novamente, obrigado gente!!!
 

 
Fotos: Júlio Cesar da Luz e Taisa Castoldi Fotografia