Após quatro reuniões, a empresa não conseguiu formular uma contra proposta, passível de ser analisada, em relação a pauta de reivindicações apresentada pelos sindicatos profissionais da categoria. Na quinta reunião dia 8 , na cidade de Bagé, entre os negociadores da empresa e os representantes dos sindicatos de trabalhadores nas industrias da alimentação de Alegrete, Pelotas, São Gabriel e da cidade anfitriã, juntamente com o coordenador político da CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Industrias de Alimentação e Afins, Darci Pires da Rocha, o número do reajuste proposto pela patronal aos trabalhadores chegou a 5% para reajustes dos salários. Isto equivaleria a 0,85% de aumento real para o período, considerando que a data base da categoria é fevereiro.
A contra proposta da empresa foi rejeitada, já que os trabalhadores reivindicam 16% de reajuste, com a correção de pisos e salários, como forma de manter o poder aquisitivo dos salários da categoria, frente ao aumento do salário mínimo regional.
Segundo Darci Rocha, o que foi apresentado pela empresa está muito distante das pretensões da categoria. -Apesar do apelo de todos os líderes sindicais de que 5% não é um número razoável diante da conjuntura onde, inclusive, o Marfrig recentemente adquiriu patrimônio em todo o estado, ou seja, demonstrando, claramente, que possui plenas condições de dar uma valorização adequada aos trabalhadores. Os negociadores insistiram em uma proposta que contempla, praticamente, só o INPC, e o resultado está aí. Se o Marfrig precisa ver a insatisfação dos trabalhadores ela terá essa oportunidade, pois iremos em todas as fábricas, na Hulha Negra, em Alegrete, em São Gabriel para discutirmos diretamente com os trabalhadores.
“Vamos esperar que o que a empresa está vendo aqui seja suficiente para que ela se sensibilize, se não for, os trabalhadores certamente decidirão as próximas medidas”, disse Darci.
Segundo o presidente do STIAA, Marcos Roose a decisão vai ser reunir os trabalhadores para comunicar a proposta da empresa que no entendimento não é viável para a categoria.
Os próximos passos estão sendo discutidos, e a possibilidade de paralisação dos trabalhadores se torna eminente devido a real situação de perda salarial, “Já têm mais de dois meses, e atinge mais de 3.500 trabalhadores”, esclarece o sindicalista.