Moradores da Prado e Progresso reclamam do pó e da cinza gerados por empresas

Os moradores dos bairros Vila Prado e Progresso relatam uma situação preocupante ocasionada pelas cinzas e poeiras das empresas de beneficiamento de arroz. A queixa é antiga e o problema é o mesmo. Casas fechadas, crianças com alergia no corpo, idosos e adultos com problemas de respiração.

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O pátio, as plantas, o carro e dentro das casas a poeira da casca do arroz toma conta. Um morador há 50 anos, na avenida Pedreiras diz que este ano aumentou o nível da poeira e o barulho ensurdecedor das máquinas.

No período da noite o ruído é intenso, além de não dormir, nem televisão dá para assistir, revela o homem que mora a 200 metros de uma indústria. Segundo ele, o filho menor de 13 anos, acorda de madrugada com irritação na garganta e precisa lavar o rosto devido a coceira na região dos olhos. “Estou pensando em ir embora daqui, todos os anos é a mesma coisa”, confessa o morador.

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Um senhor de 52 anos, mora próximo aos trilhos de uma entrada para escoamento de grãos. Garante que há dois meses sua vida mudou, “Não tem como dormir, eles ligam esses motores e só vai parar de manhã cedo”. Incomodado diz que já reclamou diversas vezes. E nunca foi atendido, o problema maior é que não pode deixar nada aberto, “Me sinto aprisionado, eu não posso abrir uma janela, uma porta, a casa fica fechada toda a semana”, desabafa o morador que reside entre duas indústrias de arroz.

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A situação é registrada mesmo à 500 metros dos engenhos que beneficiam grãos. Na Vila Prado, os carros e as casas fechadas com janelas empoeiradas exibem um grossa camada do pó acumulado. Um jovem de 23 anos conta que em pouco menos de meia hora a poeira toma conta e tem dias que a poluição é maior, atesta com ar de indignação.

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O caso já foi exposto no ano passado, qunado as empresas apresentaram o laudo técnico que permite as atividades. As inúmeras reclamações dos moradores chegou na Câmara. A vereadora Cleni Paz solicitou ao Executivo esclarecimentos quanto a fiscalização dessas empresas.

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A secretaria de Meio Ambiente e a Fepam foram notificados e devem apresentar um laudo técnico com análises dos resíduos, qualidade do ar e informações técnicas. Os moradores relatam que à noite as cinzas se acumulam nos carros, plantas, calçadas e fachadas das casas. Segundo eles, alguns já apresentam problemas respiratórios e alergias em decorrência dos resíduos exalados pelas chaminés das industrias que operam nos bairros Prado e Progresso.

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A reportagem do Portal Alegrete Tudo esteve reunida com representantes da Pilecco Nobre. Eles alegam que o resultado do pó, se dá ao alto fluxo de caminhões no período de safra, afirmando que além da poeira das ruas, muitos veículos trazem junto, sujeira das lavouras.

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Andréia Bernardes (Gerente de Marketing), Fernando Marton (Engenheiro de Materiais), Leandro Sobrosa (Administrador) e Lucas Mattei (Engenheito Químico).

Também apresentaram uma documentação, comprovando que as emissões atmosféricas estão dentro do padrão, até mesmo, bem abaixo do permitido.

A gerente de marketing, Andréia Bernades, lembrou que muitos construções foram erguidas nas proximidades sabendo da existência da empresa, que está localizada regularmente no distrito industrial da cidade.

Estudos comprovam que a direção dos ventos de Alegrete estão direcionados para a região.

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Em nota a assessoria da CAAL enviou o posicionamento, dos diretores José Alberto Pacheco Ramos, presidente e Afonso Luiz Marchezan, vice-presidente  sobre o caso:

“Nos períodos de recebimento de safra, compreendendo os meses de fevereiro, março , abril e maio aumenta o fluxo de caminhões que transportam cereais, principalmente arroz e um pouco de soja e milho. Em épocas mais secas como esta, que vivenciamentos nos últimos dias, os caminhões que trafegam em estradas de chão chegam cobertos de poeira, que já é um fator de aumento do nível de poeira no pátio da indústria. Por sua vez, as instalações industriais de recebimento, secagem e armazenagem da CAAL são todas fiscalizadas pelos órgãos ambientais e portadoras de licenciamento ambiental.
No últimos anos a CAAL tem investido de forma contínua não somente em modernização e atualização da sua planta industrial, mas também instalando equipamentos que diminuíram a emissão de partículas na atmosfera. Eventuais partículas residuais podem circular no interior do pátio da unidade industrial da BR 290 e proximidades, mas de forma alguma poderia atingir bairros mais distantes como o Prado e o Progresso, visto que existe uma barreira vegetal em torno das instalações. Além disso a antiga unidade Braz Faraco está desativada, estando localizada agora a Unidade de Insumos que não recebe, não seca e não armazena cereais.
A CAAL coloca-se a disposição para maiores esclarecimentos.”