MP formaliza denúncia contra quarto suspeito no caso Bernardo

Irmão de Edelvânia responderá por ocultação de cadáver
 
Ministério Público, na figura da promotora de Justiça Dinamárcia Maciel, formalizou na tarde desta quinta-feira, em entrevista coletiva, denúncia contra Evandro Wirganovicz,  irmão de Edelvânia por ocultação de cadáverno caso da morte do menino Bernardo Boldrini. Segundo a promotora, o veículo do irmão de Edelvânia foi visto no dia de 2 abril (o garoto foi morto no dia 4) a cerca de 50 metros do local da cova. 
Ainda conforme investigação do MP, logo após o desaparecimento de Bernardo, Evandro começa a quitar dívidas no comércio de Frederico Westphalen. “Desse modo, formalizamos a denúncia do irmão de Edelvânia por ocultação de cadáver e esperamos o prosseguimento da investigação da Polícia sobre Evandro.
Além de Evandro, o médico Leandro Boldrini, a enfermeira Graciele Ugulini e a assistente social Edelvânia Wirganovicz também foram denunciados por ocultação de cadáver.
A promotora explicitou os critérios para denunciar Leandro, Graciele e Edelvânia como autores de um crime hediondo. Para a magistrada, o motivo torpe foi a promessa de recompensa feita para Edelvânia feita pelo casal e pelo viés do interesse patrimonial (Bernardo era herdeiro de Leandro). Outro qualificador, o motivo fútil: “foi um barbárie, exterminar a vida de uma criançar simplesmente pelo fato de não gostar dela”, declarou Dinamárcia. Além disso, Bernardo representaria a continuidade da mãe Odilaine (Uglione, que teria cometido suicídio em 2010). “Eles tinham medo que Bernardo fosse dilapidar o patrimônio que Leandro e Odilaine tinham conseguido até fevereiro de 2010”.
O terceiro item apresentado pelo MP foi o uso de veneno. A promotora explicou que a superdosagem de qualquer medicamento é considerado veneno e foi constatado, após perícia, que Bernardo recebeu uma alta dose de
midazolam. Por último, a magistrada disse que houve dissimulação, especificamente no caso de Graciele e Edelvânia, em função das artimanhas e dos pretextos utilizados para a aplicação da medição. “Elas prometeram ao Bernardo, na hora da injenção, que era preciso uma picadinha no braço para ir até a benzedeira”.
O desaparecimento
O corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, natural de Três Passos, foi encontrado na noite de 14 de abril no interior de Frederico Westphalen, no Norte gaúcho. A criança ficou desaparecida por 10 dias. De acordo com informações do pai, o médico Leandro Boldrini, Bernardo teria saído de casa para dormir na casa de um amigo, mas nunca chegou à residência do vizinho. O pai descobriu o desaparecimento apenas no domingo, quando foi buscar o garoto.
A operação para encontrar o menino mobilizou o Corpo de Bombeiros, a Brigada Militar e a Polícia Civil. O cadáver estava dentro de um saco, nu, enterrado em uma área de mato numa propriedade rural. A família vivia em Três Passos, distante cerca de 100 quilômetros do local onde o corpo foi encontrado. 
A titular da Delegacia de Três Passos, delegada Caroline Bamberg Machado, cuidou do caso desde o desaparecimento até a entrega do laudo final ao Ministério Público, nesta terça-feira.
Fonte: Correio do Povo