O Dia dos Pais para os moradores de asilos e lar de idosos

Neste domingo(11), Dia Dos Pais, são inúmeras homenagens. Pais de todas as idades e com todas as atribulações do dia-a-dia. Pai, esta palavra mágica, que representa proteção, afago, respeito, entre tantos outros sentimentos. Pai, que hoje não tem um perfil específico ou estereótipo, pois tem àqueles que são mães, tem os jovens, os mais maduros, os que optaram em ficar em casa e assumir as tarefas que antes eram apenas das mulheres e por aí vai.

Mas, neste dia especial, a reportagem procurou o Lar Sonho Real e conversou com as responsáveis, sobre o dia dos Pais. 45 vovôs vivem atualmente no lar.

Amar, cuidar, proteger, respeitar, são alguns dos princípios básicos que deveriam acompanhar todo e qualquer ser humano. Assim como na fase inicial da vida, que o filho requer todo tipo de atenção dos pais, em outra fase da vida, os papéis se invertem. São muitos os exemplos de pais que precisam da mesma atenção de um bebê, algumas vezes por teimosia, outras por enfermidades. Os pais é que precisam do cuidado dos filhos.

O ideal seria que essa inversão fosse senso comum, mas infelizmente não é. Em muitos casos, relegados nos asilos, alguns deles são vítimas do abandono de familiares. E a data do Dia dos Pais traz para alguns os sentimentos de tristeza, mágoa e ressentimento.

Silvia Azeredo que trabalha na gestão do Lar, disse que na casa tem um idoso que faz mais de 10 anos que está lá e nunca recebeu visita dos filhos. Ela ressalta que eles fazem o possivel para que o lar fique o mais próximo da residência, claro que existem algumas rotinas pré-estabelecidas como horário para medição e alimentação. Contudo, eles podem e têm a liberdade de decidirem o horário de dormir, escutar música nos seus radinhos e jogar cartas.

Questionada se eles falam da data, Silvia responde que todos têm noção do dia(Dia dos Pais).” Nós como direção e colaboradores fazemos questão de comemorar com almoço e sobremesas especiais. O Senac Alegrete desenvolve um projeto onde todos os pais recebem uma lembrança e um cartão como mimo, isto para que todos sintam-se agraciados. A maioria dos idosos, homens pais, não recebem com frequência visita dos filhos. As mães recebem mais visitas.” – falou.

Ela comenta que o sofrimento é inevitável, mas também de muita reflexão. A maioria tem noção do que fez no passado para que na velhice sofra o abandono, esse é um dos argumentos, pois cada caso é um caso. Para alguns o convívio quando mais jovens não era bom com os filhos, outros pela questão de rotina e muitos outros fatores.

“Temos uma colaboração imensa do quadro de funcionários que na medida do possível atende com muito carinho e atenção e sabem dar o conforto sem julgamento. Pois não cabe a nós julgarmos ninguém, trabalhamos sempre com o intuito de proteção do idoso. Fazemos a busca da família e sempre que possível reatamos vínculos. A equipe de profissionais é extremamente essencial na vida dos idosos, pois somos o vínculo mais próximo junto às pessoas que eles mais convivem.Temos vários apoiadores que nos auxiliam, a presença das igrejas, Centro Espírita e amigos do lar”. comentou.

Este ciclo citado acima é a ” família”  que faz com que a agenda seja repleta de atividades fazendo com que o tempo seja produtivo e feliz. Também são realizados passeios fora da instituição.

Nas datas especiais, Silvia enfatiza que na maioria das vezes a equipe que trabalha no Lar se torna os filhos e filhas, ou pais e mães dos assistidos. “Somos colo, guarida  e também saco de pancadas quando a angústia e a dor aperta. Pois é muito difícil esperar por quem não vai aparecer. Há casos em que os vovôs se mantêm firmes na esperança de que a pessoa (filho(a)) que tanto esperam possa entrar pela porta. A frustração e muito grande diante da negativa e da realidade.
Esse ano desenvolvemos vários trabalhos voltado ao cuidado de quem cuida. Para que nossa equipe de mantenha firme para dar o suporte a eles.” finalizou.

Flaviane Antolini Favero