
Estado já registra mais de 2 mil internações e 213 mortes por SRAG em 2025; Alegrete também segue em alerta devido ao frio intenso.
Com a chegada do inverno e a intensificação do frio no Rio Grande do Sul, cresce a preocupação com os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o estado. Segundo dados do Ministério da Saúde e do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), até 21 de junho de 2025 foram registradas 2.400 internações e 213 mortes por SRAG no Rio Grande do Sul, com cerca de 30% dos casos exigindo cuidados em unidades de terapia intensiva (UTI).
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Porto Alegre encontra-se em estado de alerta, e municípios do interior, como Alegrete, também acompanham com atenção o avanço da doença. O clima frio e seco, somado ao aumento da permanência em ambientes fechados, favorece a propagação dos agentes infecciosos responsáveis pelas síndromes respiratórias.
O que é a SRAG?
A Síndrome Respiratória Aguda Grave é a evolução de quadros respiratórios intensos que comprometem os pulmões, podendo levar à insuficiência respiratória e necessidade de ventilação mecânica. Os sintomas mais comuns incluem febre persistente, tosse intensa, dor no peito, dificuldade para respirar e queda nos níveis de oxigenação do sangue.
Quando não tratada adequadamente, a doença pode evoluir para a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), um quadro clínico grave com alto risco de morte.
A SRAG pode ser provocada por diferentes vírus respiratórios, entre eles:
Influenza A (H1N1),
Influenza B,
SARS-CoV-2 (Covid-19),
Vírus Sincicial Respiratório (VSR),
Rinovírus.
Também há casos causados por bactérias como o pneumococo e o Haemophilus influenzae.
Entre os fatores que aumentam o risco de agravamento estão o clima frio e seco, a exposição a poluentes e a permanência em ambientes fechados. Grupos mais vulneráveis incluem crianças menores de 5 anos, idosos, gestantes, pessoas com doenças crônicas e indivíduos imunossuprimidos.
Evolução clínica
A infecção, inicialmente semelhante a um resfriado comum, pode evoluir rapidamente para uma inflamação pulmonar grave, dificultando a respiração e exigindo suporte intensivo. Casos mais graves podem exigir internação em UTI e ventilação mecânica.
De acordo com o CEVS, o primeiro semestre de 2025 no Rio Grande do Sul apresentou aumento expressivo nos indicadores de SRAG em relação aos anos anteriores. O número de hospitalizações por SRAG de origem viral foi de 774, com predominância do vírus Influenza A (H1N1). Foram confirmadas 75 mortes por influenza, e a taxa de mortalidade hospitalar no estado está acima de 8%.
A cidade de Alegrete, que enfrenta um dos invernos mais rigorosos dos últimos anos, também está em alerta. Embora não haja dados atualizados divulgados oficialmente no município, autoridades de saúde locais relatam aumento na procura por atendimento com sintomas respiratórios, especialmente entre crianças e idosos.
Especialistas alertam para atenção aos sintomas
A pneumologista Camila Ramires, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, destaca que o diagnóstico precoce é essencial. “Febre alta, tosse persistente e dificuldade respiratória não podem ser negligenciados. Muitas vezes, as pessoas demoram a procurar atendimento, acreditando ser apenas um resfriado. Mas a evolução da SRAG pode ser muito rápida, e o quadro já chega grave ao hospital”, afirma a médica.
Ela também chama atenção para a importância da vacinação. “A vacina contra influenza pode evitar internações. No entanto, ainda há baixa adesão entre gestantes e idosos, dois grupos de risco”, reforça.
Como se prevenir da SRA
As autoridades de saúde reforçam as medidas preventivas:
Vacinação: mantenha-se em dia com as vacinas contra influenza e Covid-19;
Ambientes arejados: evite deixar locais totalmente fechados;
Higienização das mãos: lave com frequência ou utilize álcool em gel;
Evitar aglomerações, principalmente ao apresentar sintomas respiratórios;
Uso de máscara: em locais de risco ou contato com pessoas vulneráveis;
Buscar atendimento médico: diante de febre alta, dor torácica ou dificuldade para respirar.
Comparativo de internações e mortes por SRAG no RS (1º semestre)
Ano | Internações | Óbitos | Vírus predominante |
---|---|---|---|
2023 | 1.540 | 131 | Influenza A (H1N1) |
2024 | 1.910 | 168 | Covid-19 e Influenza B |
2025 | 2.400 | 213 | Influenza A (H1N1) |
Fonte: CEVS/RS – Dados consolidados até 21 de junho de cada ano.