Oportunidades de emprego na área da saúde crescem nos últimos anos no RS, aponta pesquisa

Estudo do Departamento de Economia e Estatística do estado destaca incremento de 42 mil novos postos de trabalho na área ao longo de nove anos. Ao mesmo tempo, população idosa cresceu, e oferta de leitos de internação pelo SUS caiu.

As oportunidades de emprego na área da saúde cresceram nos últimos anos no Rio Grande do Sul. Foi o que apontou uma pesquisa feita pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) do estado. Conforme o estudo, houve um incremento de 42 mil novos postos de trabalho na área ao longo de nove anos.

A oferta de vagas para assistência em casa para idosos, deficientes físicos e pessoas convalescentes aumentou 139,9%, para atendimento móvel a urgências, cresceu 417,9%, já para infraestrutura de apoio a pacientes em domicílio, subiu 1.305,7%.

Todos apresentaram crescimento bem acima do setor de atendimento hospitalar, que é o que mais emprega em saúde.

A pesquisa se baseia em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e também do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Aumento de idosos e queda na oferta de leitos pelo SUS

Segundo o estudo, a necessidade de abertura de vagas vai ao encontro de duas realidades. Entre 2010 e 2018, a população de mais de 60 anos cresceu quase 34,9% no Rio Grande do Sul. Enquanto isso, o número de leitos de internação pelo SUS caiu 1,5% no estado – são 2,7 leitos para cada 1 mil habitantes.

“A Organização Mundial da Saúde dá o número de leitos por habitantes a nível global de 3,2. Portanto, o Rio Grande do Sul, que está bem relativamente ao Brasil, ainda assim, está baixo nos dados da OMS para o mundo todo”, observa o economista Álvaro Garcia.

Segundo os pesquisadores, o impacto dessa queda só não foi pior por conta dos avanços da medicina e da prevenção.

“As políticas de saúde buscam tratar essas doenças antes delas se tornarem graves. Então, não chega à hospitalização. Está baixando a hospitalização por essa causa”, destaca a economista Áurea Breitbach.

‘Atendimento mais humanizado’

Procura por curso de cuidador de idosos aumenta no estado — Foto: Reprodução/RBS TV

Procura por curso de cuidador de idosos aumenta no estado — Foto: Reprodução/RBS TV

O aposentado Clécio Hickmann contratou uma empresa de cuidados domiciliares para atender a mulher dele. Se não fosse assim, ela teria que ser internada em um hospital.

“Em casa, o ambiente é mais saudável, porque no hospital está sujeita a todas as situações complicadas, de bactérias”, justifica Clécio.

A empresária Bruna da Silveira presta esse tipo de serviço há seis anos. Começou com dez colaboradores. Hoje, são 140, incluindo enfermeiras, médicos e fisioterapeutas.

“O atendimento se torna mais humanizado por elas estarem em contato direto, na sua residência, com seus familiares”, observa Bruna.

Um curso de cuidadores de idosos que existe há seis anos no estado registrou em 2019 o ano de maior procura. Uma resposta às necessidades das famílias.

Os alunos aprendem sobre nutrição, psicologia e direitos dos idosos. Mas a profissão não se resume à teoria: é preciso ter vocação.

“Quando a família entrega um idoso pra gente cuidar, eles querem que a gente tenha todo esse conhecimento, para ajudar realmente no que precisa em casa. [É preciso] muita responsabilidade e muito amor também”, ressalta a professora do Senac Melina Oliveira.

Fonte: G1