Padrasto vai a júri por assassinato de criança em Porto Alegre

Luiz Otávio Baptista Silva, 33 anos, teve prisão preventiva decretada

Padrasto vai a júri por assassinato de criança em Porto Alegre reprodução Facebook/facebook
O juiz Luis Felipe Paim Fernandes, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, decretou a prisão preventiva do comerciante Luiz Otávio Baptista Silva, 33 anos, e determinou que ele seja julgado pela morte do menino Diogo Flores Nascente, de três anos. Enteado do comerciante, o garoto foi vítima de espancamento em 19 de junho de 2013, no apartamento onde vivia com o padrasto e a mãe, Karen de Arruda Flores, 26 anos, no bairro Santo Antônio, na Capital.
No dia do crime, a mãe de Diogo teria saído de casa para trabalhar e deixado a criança aos cuidados do companheiro. No processo não constam informações precisas sobre o que aconteceu do local, mas no final daquela tarde, Silva levou o menino em estado grave para o Hospital de Pronto Socorro, onde a criança morreu. 
Conforme exame de necropsia, Diogo sofreu lesões que causaram laceração do fígado e ruptura de vasos hepáticos. O padrasto alegou que a criança tinha sofrido uma queda e batido a cabeça, mas a versão dele não convenceu as autoridades, e ele foi preso preventivamente durante dois meses. A mãe da criança, apontava como conivente, também chegou a ser presa por dois dias. padastro 
Luiz Otávio Baptista Silva, 33 anos, teve prisão preventiva decretada

O casal foi indiciado pela Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes Vítimas de Delitos e denunciado pelo Ministério Público pelo assassinato do menino. Mas o juiz entendeu que a mãe do menino não teve participação no crime, isentando ela do processo e determinando que o padrasto seja submetido a júri popular. A decisão provocou um recurso do MP junto ao Tribunal de Justiça do Estado para que a mãe também seja julgada.
No despacho judicial, o magistrado relata que nos dias seguintes à morte de Diogo, Silva teria voltado ao apartamento e alterado o local, eliminando vestígios e jogando fora roupas usadas pelo menino e também um colchão — apreendido depois pela polícia. 
A Polícia Civil fez buscas, mas ainda não localizou Silva para cumprimento da ordem de prisão contra ele. Durante o processo, a Justiça mandou recolher o passaporte do comerciante.
O caso despertou a revolta entre familiares e amigos do pai do menino, que criaram em uma rede social a página “Movimento Contra a Violência Doméstica Infantil Diogo Nascente” para debater o tema com internautas.
— Embora a tristeza pela morte do menino, a gente fica satisfeito em ver que o processo está andando na Justiça — afirmou Diego Stasiak Nascente, tio do menino 
Zero Hora tentou contato com familiares de Silva, mas não obteve retorno. E o advogado dele não foi localizado. 
Fonte: ZERO HORA