RS registra a menor geração de empregos desde 2003

Dados referentes a 2014 foram divulgados no início da tarde desta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho

 emprego

Embora a criação de vagas com carteira assinada tenha se mantido positiva em 2014, foi a menor geração desde 2003 — início da série histórica — tanto no Rio Grande do Sul como no Brasil. No Estado, foram apenas 23,8 mil empregos, queda de 73,5% em relação ao período anterior. E, no país, 396,9 mil, recuo de 64,5%, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.

O principal motivo do declínio foi o fechamento de vagas na indústria. No Rio Grande do Sul, foram 17,3 mil empregos a menos. O resultado geral do Estado só não foi pior porque o comércio e os serviços contabilizaram 41,6 mil admissões. No Brasil, houve uma diminuição de 163,8 mil postos na indústria e de 106,4 mil na construção civil.

As causas da redução, segundo o economista Giácomo Balbinotto Neto, da UFRGS, estão relacionadas, em parte, às incertezas desencadeadas com as eleições presidenciais.

— Havia uma indefinição muito grande, e os empresários decidiram puxar o freio e postergar novas contratações — explica Neto.

Embora reconheça “certo esgotamento” do atual modelo de crescimento da economia, o sociólogo Guilherme Xavier Sobrinho, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), diz que os resultados não devem ser analisados por um viés “catastrofista”.

— Mesmo com um desempenho econômico fraco, o país conseguiu manter a geração de empregos positiva. Isso é importante — destaca Sobrinho.

Apesar disso, as perspectivas para 2015 não são animadoras. Medidas amargas tomadas recentemente pelo governo federal, como o aumento de impostos e a elevação da taxa básica de juro, tendem a frear o consumo. O economista José Dari Krein, da Unicamp, não descarta um aumento do desemprego.

— O cenário está ruim e tende a piorar — adverte Krein.

Fonte: Zero Hora