Vice-cônsul de Portugal no RS visita Alegrete

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Em apoio ao Projeto ” Batizei de Alegrete os reinos silenciosos da cidade que inventei” ( fragmento do poema ” Alegrete”, do poeta Élvio Vargas), alegretense e membro da Academia Riograndense de Letras, Projeto esse que visa unir a cidade  de Alegrete (RS) com a Freguesia de Alegrete, Portugal, a Dra. Adriana Melo Ribeiro, Vice-Cônsul de Portugal no Rio Grande do Sul, chega ao nosso município na tarde deste domingo (1) e na segunda feira (2) cumpre uma extensa programação que tem início em reunião com o Prefeito Erasmo Silva, com a Câmara de Vereadores, visita ao Centro Empresarial e a empresas do município, terá uma reunião e será homenageada pelo Coral Municipal de Alegrete.
A visita da Vice-Cônsul consolida uma ideia de integração – Geminação -entre a terra que foi fundada pelo português Luis Teles da Silva Caminha e Meneses – V Marquês de Alegrete e a Freguesia do mesmo nome, de cujo título de Marquês, lhe foi concedido no passado.
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Luis Teles da Silva Caminha e Meneses – O V Marquês de Alegrete
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O Brasão da Fregesia de Alegrete.
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Uma rua da Freguesia
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 Freguesia do Alegrete –  No alto Alentejo – Portugal

Saiba um pouco mais da história da Freguesia do Alegrete em Portugal

Foi vila e sede de concelho até 1855. O concelho era inicialmente constituído apenas pela freguesia da sede. Em 1801 tinha 1 089 habitantes. Após as reformas administrativas do início do liberalismo foi-lhe anexada a freguesia de São Julião. Em 1849 tinha 2 442 habitantes.Alegrete é uma freguesiaportuguesa do concelho de Portalegre, com 87,38 km² de área e 1 746 habitantes (2011). Densidade: 20 hab/km².
Inserida em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, a uma altitude de 500  m, localiza-se a cerca de 2 km da margem direita da ribeira de Alegrete, caracterizada por uma enorme diversidade geológica, paisagística, faunística e florística.
 
 
História
Os Alanos, responsáveis pelo repovoamento e reedificação da mesma.
No século VIII, Alegrete foi conquistada e ocupada pelos Mouros, que Há vestígios de povoamento da zona que remontam ao paleolítico, donde se destacam uma jazida pré-histórica no Porto da Boga e uma anta na Herdade da Falagueira.
Embora só se conheça documentação escrita relativa a Alegrete a partir do período da Reconquista Cristã, crê-se que durante a primeira metade do século V, a vila tenha sido devastada pelos Vândalos, devastação essa que só terminou com só a abandonariam em 1160.
Alegrete acabou por ser formalmente incorporada na coroa portuguesa, em 1267, mediante o Tratado de Badajoz, celebrado entre D. Afonso III e D. Afonso X de Castela, seu sogro.
D. Afonso III (1248-1279), ao encontrar esta vila bastante dizimada pelas sucessivas batalhas que nela se tinham travado, iniciou um processo de reconstrução, que visava a sua reedificação.
O seu sucessor, D. Dinis (1279-1325), continuou o trabalho de reconstrução e repovoamento de Alegrete. Tendo sido um reinado caracterizado por diversas inovações – por exemplo, é no seu reinado que é fundada a primeira universidade, em Lisboa, tornando-se o português a língua oficial do país – preocupou-se também com a defesa do reino, defesa essa que passou não só pela construção de castelos e muralhas em redor das povoações que apresentavam sinais de crescimento, mas também pela reparação de outras fortificações já existentes. Como tal, em 1319, D. Dinis elevou Alegrete à categoria de vila, outorgando-lhe um foral em 1319, mandou edificar o castelo, a sua muralha envolvente, e uma torre de menagem.
Durante os séculos seguintes, Alegrete e o seu castelo, foi sujeito a inúmeros ataques. Na segunda metade do século XIV, os habitantes de Alegrete aderiram à causa do Mestre de Avis, participando na guerra travada entre este e D. João I de Castela, nomeadamente na primeira fase desta, entre Janeiro e Outubro de 1384, durante a qual se deu a importante vitória das forças Mestre de Avis na batalha dos Atoleiros que decorreu perto de Fronteira
Em 1475, durante o reinado de D. Afonso V, o castelhano Afonso Monroy conquistou a vila, tendo a mesma sido retomada dois anos mais tarde pelo então príncipe D. João, futuro D. João II.
Nova referência histórica à vila de Alegrete só surge no reinado de D. Manuel I (1495-1521), o qual atribui à vila um novo foral, a 14 de Fevereiro de 1516, no qual eram confirmadas todas as regalias anteriormente atribuídas aos seus habitantes.
Já no período da Guerra da Restauração (1640-1668), a povoação de Alegrete voltou a estar no centro das atenções, disponibilizando o seu castelo para a defesa do reino.
Em 1704, durante o reinado de D. Pedro II, Filipe V de Espanha sitiou Alegrete com um poderoso exército no decurso da Guerra da Sucessão Espanhola.
Em 1762 o concelho foi integrado na correição de Portalegre.
Em 1795-97, a França e a Espanha iniciaram negociações no sentido de invadir e conquistar Portugal. Declarada a guerra que ficaria conhecida como Guerra das Laranjas em 1801, Gomes Freire de Andrade estabeleceu em Alegrete um número considerável de tropas que, por nunca ser utilizado, ficou conhecido ironicamente como “Os Laranjas”.
Em 1821, Alegrete era concelho da comarca e divisão eleitoral de Portalegre, com 293 casas e 1118 habitantes.
Em 7 de Dezembro de 1826, durante a guerra civil que opôs liberais e absolutistas, é em Alegrete que as forças dirigidas pelo Conde de Vila Flor derrotam as forças que se dirigiam para Vila Viçosa, sob o comando do brigadeiro Magessy.
No mesmo ano, Alegrete era concelho na comarca e província, com os mesmo número de habitações e que se manteve nos anos seguintes. Em 1842 era concelho no distrito administrativo de Portalegre e província do Alentejo, com duas freguesias — Alegrete, com 308 fogos e São São Julião, com 192.
De acordo com a reforma territorial, baseado na lei de 26 de Junho de 1855 e em diploma firmado por D. Pedro V, foi suprimido o concelho e julgado de Alegrete.
Em 1920 Alegrete tinha 2 560 habitantes.
Em 1946, por força do Decreto-Lei nº 35 927 de 1 de Novembro de 1946, ficou estabelecido o seu estatuto de freguesia rural de 2.ª ordem, o qual ainda hoje se mantém.
 
História do Castelo de Alegrete
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Antecedente
Embora a primitiva ocupação humana de seu sítio seja obscura, acredita-se que remonte à época dos Lusitanos, sucedidos pelos Romanos, pelos Vândalos, pelos Alanos até à Invasão muçulmana da Península Ibérica, a partir do século VIII.
O castelo medieval
À época da Reconquistacristã da península Ibérica, a povoação e sua defesa foram conquistadas pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), segundo a tradição, em 1160. Entretanto, as primeiras informações documentais a seu respeito datam do século XIII, uma vez que, pelos termos da Convenção de Badajoz (16 de Fevereiro de 1267), assinada entre Afonso III de Portugal (1248-1279) e seu sogro, Afonso X de Castela, a povoação de Alegrete e seu castelo foram definitivamente incorporados ao território de Portugal. O soberano português procedeu-lhe reparos e reforços, obras que se estenderam até ao reinado de D. Dinis (1279-1325), quando a povoação recebeu a sua Carta de Foral (1319).
No contexto da crise de 1383-1385, a povoação e seu castelo tomaram partido pelo Mestre de Avis, tendo sido acampamento das forças portuguesas sob o comando do Condestável D. Nuno Álvares Pereira (8 de Abril de 1384), vitoriosas contra Castela na batalha dos Atoleiros.
No reinado de D. Afonso V (1438-1481), foi conquistada pelas tropas de Castela (1475).
De volta à posse portuguesa, a povoação recebeu, a 14 de Fevereiro de 1516, o Foral Novo de D. Manuel I (1495-1521).
Do século XVI ao XVIII[
Quando da crise de sucessão de 1580, a posição do antigo castelo medieval readquiriu importância estratégica, na primeira linha de defesa raiana. Mais tarde, à época da Guerra da Restauração da independência portuguesa, D. João IV (1640-1656) recompensou Matias de Albuquerque por serviços prestados concedendo-lhe o título de conde de Alegrete. No mesmo contexto, conta-se que, em 1662, estando a praça de Alegrete guarnecida por duas companhias de infantaria sob o comando de La Coste, cercada pelas tropas espanholas sob o comando de D. João de Áustria, aquele governador da praça remeteu ao comandante invasor duas botijas do generoso vinho da região, com uma nota comunicando que a guarnição portuguesa resistiria até à última gota daquela bebida ali produzida. Diante deste gesto de galanteria, afirma-se que o invasor levantou o cerco à praça, retirando-se. A partir de 1664 as suas defesas foram modernizadas e reforçadas em pontos específicos, sob a direção do marquês de Marialva. À época, uma fortificação de campanha abaluartada, hoje desaparecida, foi erguida, provavelmente em faxina uma vez que não é possível hoje identificar os seus vestígios. Ainda nesse século foi criado o marquesado de Alegrete (19 de Agosto de 1687), sendo seu primeiro titular D. Manuel Teles da Silva.
O século XIX: a Guerra Peninsular e as Guerras Liberais
No início do século XVIII, a povoação e sua fortificação resistem ao cerco das tropas de Filipe V da Espanha (1704), para mergulhar numa paz da qual só despertaria no início do século seguinte, quando aquartelou considerável número de tropas à época da chamada Guerra das Laranjas (1801). Por esta ocasião as suas defesas já se encontravam em considerável declínio, não tendo tido papel nos combates das Guerras Liberais que se registraram nas suas vizinhançasm entre as tropas do conde de Vila Flor e os realistas (1826).
A Alcaidaria-Mor de Alegrete com a responsabilidade pelo Castelo foram entregues aos Condes de Vila-Flor e Senhores-Donatários da Zibreira, tendo o último senhor do castelo sido D. Cristóvão Manoel de Vilhena, Senhor de Pancas e da Zibreira, filho herdeiro da Condessa de Alpedrinha e que se encartou na Alcaidaria-Mor de Alegrete em 1860, tendo falecido em 1877, data em que a referida Alcaidaria-Mor e o Castelo de Alegrete reverteram para a Fazenda Nacional.
Do século XX aos nossos dias
Desde que o Concelho e Julgado de Alegrete foram suprimidos (26 de Junho de 1855), o seu castelo mergulhou no abandono e no esquecimento.
No século XX foi classificado como Monumento Nacional pelo Decreto/Lei nº 35.443, de 2 de Janeiro de 1946, até que, a partir de 1965 foram iniciadas obras de consolidação e restauro, a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). A partir de 1977 foram promovidas obras de consolidação na torre do castelo e demolidas alvenarias que tapavam as aberturas e as ameias. Mais tarde, a partir de 1984 foram promovidas obras de consolidação das muralhas e isolamento da entrada do castelo.
Em que pese a importância das intervenções procedidas, o monumento aguardava por um programa mais amplo de valorização, uma vez que se encontrava em precário estado de conservação. Recentemente encontravam-se em estudo planos para a sua recuperação.1
Características
Exemplar da arquitetura militargótica, apresenta planta rectangular, irregular. Na sua muralha, ao sul, rasga-se o portão, defendido por um pequeno torreão. Nas muralhas, a leste, ergue-se a torre de menagem, de planta rectangular com dois pavimentos, associada a uma cisterna, integrante do conjunto. O adarve, com acesso por escada de pedra, está alicerçado no terreno e disposto transversalmente ao pano da muralha.
A defesa era complementada por uma cerca envolvendo a vila, ligando-a ao castelo. Em condições precárias de conservação, entre os poucos trechos conservados destaca-se a Porta da Vila, ladeada por dois cubelos defensivos, exemplar das portas góticas das cercas urbanas do período.
 
Fotos: Maria Helena Ramos
Com informações: José Roberto Ramos