A saudade de uma alegretense, longe de casa durante a Pandemia, contagiou outros conterrâneos

A saudade da terra natal também é uma grande inspiração neste período de pandemia. Que o alegretense é “diferenciado”, isso todos sabem, além de ter uma imaginação muito saudável.

Neste período de quarentena, recessão, confinamento, pandemia, coronavírus, Covid-19 e todas as demais explicações que a população tem usado para demonstrar os sentimentos, como a saudade, preocupação e até mesmo a irreverencia em relação à distância, pois muitos estão em outras cidades, estados e até países. A nostalgia em muitos dias é inevitável. As redes sociais ganham cada vez mais força,  a mobilização para diversas causas frequentemente tem surtido efeito por meio de manifestações na internet.

 

A rapidez com que conteúdos são disseminados através do Facebook, Twitter e Instagram é realmente surpreendente. O mais recente envolve um texto que muitos alegretenses estão postando em suas páginas no facebook, destacando a saudade da terra natal. Nele, a descrição e a diferença de onde estão residindo e Alegrete.

A autora do texto é a alegretense Fiama Ribeiro Soares de 24 anos. Ela disse que há 9 anos reside em Palhoça, Santa Catarina. Quando saiu de Alegrete foi pelo simples fato da falta de oportunidades e, até hoje, percebe a mesma dificuldade, pois pra tudo precisa ter experiência, comentou.

“Chegando em Palhoça, me deparei com um mundo totalmente diferente, onde vagas de emprego eram oferecidas nas ruas, vi várias oportunidades e por isso, estou aqui. Desta forma posso realizar meus sonhos que sei que aí seria um pouco mais difícil. Entretanto, tem dias que a saudade aperta, a vontade de voltar é grande, mas sabemos que aí é difícil. Sempre que possível vou visitar a minha família. Eu amo o Alegrete e um dia voltarei, se Deus quiser”- falou.

Na postagem que rendeu muitas outras, pois uma gama de alegretenses estão repostando, Fiama destaca exatamente todas essas questões que nortearam a saída de muitos jovens da sua terra natal. De todas as postagens que o PAT acompanhou, quase que a sua totalidade é de Santa Catarina onde ela reside, mas também tem conterrâneos em Porto Alegre e na Serra. A reportagem falou com alguns outros conterrâneos de Fiama, que disseram o quanto a postagem fez sentido e se identificaram. A maioria mudou a cidade que atualmente está residindo e recompartilhou, pois viu no texto a essência do que pensam sobre Alegrete.

Acompanhe o texto original da alegretense:

Alegrete / Palhoça

É muito difícil falar sobre ir ou ficar.

Aqui tem trabalho.

Lá tem lazer

Aqui tem rotina.

La tem família e grandes amigos ❤

Aqui estabilidade.

La tem comida caseira sempre

Aqui tem lanches e comidas rápidas todo dia.

Lá temos as nossas vontades

Aqui temos ‘deveres’.

Lá a grana falta

Aqui a gente se vira.

La tem mensagem do tipo: to passando ai!

Aqui a gente tem que marcar horários pra ver os amigos e mesmo assim nessa correria, às vezes, nem dá tempo.

La tem a história que a gente escreveu

Aqui a gente ta desenhando o Futuro.

Lá tem sono depois do almoço

Aqui tem correria.

Lá tem Domingo e festas em família

E aqui domingos cansativos e dia de descansar.

Lá a gente se sente em casa

Aqui a gente criou o nosso próprio Lar.

Lá eu não tinha quase nada.

Aqui construí e estou conquistando tudo o que eu sempre quis .

E a gente vai vivendo, aprendendo e se ajudando nessa loucura que é ” ir embora ”

Como diria meu coração

Lá,  é bom mas é ruim.

Aqui, é ruim mas é bom ?

 

Flaviane Antolini Favero