Técnico diz que irá conversar com os jogadores na terça, mas admitiu que postura extracampo do volante deixa a desejar
A pergunta foi simples para o técnico Abel Braga na entrevista coletiva após o 0 a 0 com o Joinville.
— Abel, por que D’Alessandro e Willians ficaram de fora do amistoso? — questionou o repórter.
O treinador usou uma linguagem figurativa para responder.
— Eles jogaram ontem e poderia haver desgaste — afirmou o comandante colorado.
A resposta causou dúvida.
— Jogaram? Não, eles treinaram. E os outros (atletas) também — retrucou o repórter.
— Mas não aconteceu com os outros o que aconteceu com eles. A briga? Para mim foi jogo. Para mim não foi briga, foi jogo — encerrou.
O soco dado por D’Alessandro em Willians na sexta, claro, foi o assunto principal da entrevista do técnico. Ele garantiu que não passará a mão na cabeça de ninguém, mas admite que o volante precisa rever a sua postura fora das quatro linhas.
— Não é legal (o soco). O que tinha que fazer de correto, eu fiz. Não posso colocar a mão na cabeça de ninguém. Tenho que tirar o máximo de cada jogador. Colocá-los como atletas. E muitos eu já consegui mudar o comportamento como homem, a conduta. Falar do D’Alessandro atleta, caráter, homem, é brincadeira. Willians, no campo, nenhum corre tanto. Mas ele tem algumas coisinhas fora do campo que precisa melhorar. Independente de ser ídolo, capitão, não coloco a mão na cabeça de ninguém — afirmou.
E continuou.
— Vou conversar com eles na terça-feira. Existem limites. Sei o meu em relação à direção. E tem o dos jogadores. Não achei legal o que aconteceu ontem, foi um jogo. Então como jogaram ontem, tirei hoje. Se fosse jogo de campeonato, valendo três pontos, jamais puniria a equipe ou o clube — afirmou, para encerrar sobre o tema:
— Joguei futebol 20 anos. Estou há 45 anos nisso. Reuni eles na terça-feira e disse para eles que estava acabando. Falei para terem cuidado do jeito que falam, das brincadeiras, e isso aconteceu no último dia.
Sobre a partida, Abel diz que gostou da postura do time mesmo com tantas defecções.
— O resultado não vale, o que vale para nós é lá na frente. A equipe jogou bem sem os dois, então prova que estamos fazendo um trabalho de grupo — analisou.
Fonte: Diário Gaúcho