Adão Faraco se manifesta sobre o encontro dos 50 anos da CDL

Ao mundo do ALEGRETE TUDO!

Só vi as fotos dos 50 anos do CDL hoje – segunda-feira. Explico: nos fins de semana trabalho fora. E só agora pude apreciar o resultado. O Água na Boca é o novo ambiente que abriga amigos em bons fins de tarde. Liderados pelo Carlos Carús – o atual guardião de Nossa História, ocorria lá o registro de Meio Século da boa atuação do Clube dos Diretores Lojistas na cidade. Não chegou ao porte de “festinha”. Mas o fotografo o Marini, registra tudo que acontece.  Eu estava lá, justamente com o probo Maurício Goldemberg, naqueles momentos sem a proteção.  E se deu o motivo suficiente para um esbregue descomunal, sexta-feira última, na rede social.

Como acredito em Democracia, confirmo o fato. E recebo a “bronca”. Assim, digo o que penso. Posso?  Vamos lá. É uma breve reflexão:

1º) Todos os 57 comentário (!!!)  do dia 22, estão plenos de razão. A ausência de máscaras, não obstante apenas em dois, expressa descumprimento da medida elementar de cuidado contra o Corona Vírus.

2º) Só que a violência da adjetivação – salvo melhor juízo – supera a “gravidade” do evento.

Não estou repelindo a crítica. Mas me preocupa a violência! Esse tipo de atitude em geral não ocorre frente à frente. A distância protegida pelo manto da solidão “internética” ignora filtro e enseja soberba. Cada um diz o que quer, na intensidade do que lhe ronca a raiva – sem risco de contradita direta de quem pretendem atingir, por que nem sabem do que estão sendo objeto.

A observação faz prova que nestes últimos anos de crescente violência criminal (11.200 nestes primeiros 5 meses / 11% mais que em 2019, no mesmo período) tem como base invariável, esse tipo de gestos e vozes ao estilo expresso em alguns dos 57 comentários.

Não sei se o agudo estado emocional que resulta da prolongada Pandemia pode dar alguma explicação! Mas apontam para o mesmo estopim que está na base da explosão de homicídios e – na atualidade, no aumento intolerável do execrado feminicídio!

Noutras circunstâncias bem conhecidas, a par dos problemas sociais que assolam as famílias, está a intolerância e o descontrole. Muitas vezes extrapola o comum das reações e os excessos correm soltos.

No caso das fotos, posso afirmar que o modesto evento do CDL – exatamente pelo momento atual de restrições, não teve publicidade prévia, nem posterior. Não fosse o bom serviço do ÁGUA NA BOCA ter proporcionado uma leve rodada de Coca – o “grave delito” não teria vez! Só que, é certo também que – de máscara o bico não chega no copo! Nem o canudo chega no bico!  Por isso, justo naqueles momentos de matar a sede, a máscara “estava no queixo” e o guapo fotógrafo – na maior ingenuidade, flagrou o “crime”!

Gosto de estar incluído no “velharedo”. Quem não chegar a tanto, é porque já está morto! Então, vai aí minha torcida que todos cheguem a estas paragens. É muito bom viver por um tempo considerado bastante longo! Aliás, hoje em dia está na moda esse simpático brinde que augura “Longa Vida”!

Como só hoje soube do caso, só agora me manifesto por COERÊNCIA e por RESPEITO. É assim na DEMOCRACIA, não é?  Por coerência porque acredito; faço uso; e divulgo a utilidade da máscara. Por respeito porque, a mim parece justo, que a Comunidade saiba com clareza que todos os doze que estiveram lá – entraram, permanecerem e saíram de máscara. O aparente “delito” se deu na coincidência em que “dois moços” atenderam  ao comando do Marini !

Mas referencias como “insanidade”, “inconsequentes”, falta de bom senso, “fazer fila na UPA” ou em “asilos”, me dizem que alguém pisou na raia. Sobretudo, isso preocupa, por que há falta de vagas na UPA e nos Asilos…  Se der o azar, vamos ter que curtir o Covid em casa!… Mas, até quanto sei, o corpo aqui é “fechado”.

A propósito de casos extremados que acima apontei – lembro de leituras que, desde gurizote continuo assíduo. Comecei pela Bíblia Sagrada e logo muito livros me estimularam algum conhecimento. Algumas das múltiplas lições – reforçadas pelo Curso de Direito e pelos 59 anos de profissão, me ensinaram que o julgamento justo não se enquadra com pressa, nem com superficialidade de exame. Também não se revela certo pelo uso de violência verbal. Essa característica universal é acompanhada pela sabedoria popular que assevera: “Violência gera violência”. A vida faz prova disso. O equilíbrio e a persuasão são mais fecundos. Por isso, são duradouros.

Por fim lhes asseguro: sou fã da Organização Mundial da Saúde – OMS. Laura, nossa tribo e eu – tanto quanto dá, nos mantemos na toca; valorizamos o acerto do distanciamento; promovemos o uso da máscara; e, daqui por diante farei questão de recomendar: não tire a máscara, nem prá beber!

Como vêm, aprendo sempre. E como sempre, estimulo contestação e crítica sem restrições.

Meus amigos! Firmem a fiscalização. Assim se exercita Cidadania !

Adão Dornelles Faraco