
Impulsionado pela pandemia de Covid-19, o número de moradores em situação de rua no Brasil aumentou aproximadamente 25% nos últimos dois anos. Em dezembro de 2023, havia 261.653 pessoas nesta condição. Já no final de 2024, o número saltou para 327.925. Os dados são do levantamento mais recente divulgado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/Polos-UFMG).
Essa realidade constatada pelo levantamento se reflete em Alegrete. Em 2023, a Secretaria de Desenvolvimento Social registrou 40 pessoas em situação de rua na cidade. No final do ano passado, esse número subiu para 46, um crescimento de 11,5%. Num comparativo aos últimos cinco anos, o percentual ultrapassa os 100%. Em 2020, eram 22 pessoas. No ano seguinte o número reduziu para 21, e em 2022 pulou para 24.
Segundo fonte da Secretaria de Avaliação Gestão da Informação e Cadastro Único, Departamento do Cadastro Único – DECAU, até fevereiro desse ano, no último apontamento feito pela pasta o município tinha 44 pessoas em situação de rua.
As razões que geralmente levam pessoas a viver nas ruas estão na lista dos motivos apontados pela pesquisa feita pelo observatório da Universidade Federal de Minas Gerais: brigas familiares, desilusões amorosas, transtornos ligados à saúde mental e fatores como a pandemia e tragédias climáticas. O levantamento foi feito com base nos dados do Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), que reúne os beneficiários de políticas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Serve como indicativo das populações em vulnerabilidade para quantificar os repasses do governo federal aos municípios.
Em Alegrete, a Secretaria de Promoção Social disponibiliza um albergue em que pessoas em situação de rua podem se alimentar e passar a noite, e para tratamento de dependência química, existe o serviço do CAPS AD da Secretaria da Saúde.