Amigos há mais de cinco anos em CTG descobrem que são parentes e promovem encontro da família no RS

Renata de Cássia Pletz e Anderson Hartmann, colegas do CTG Lauro Rodrigues, descobriram que têm em comum o patriarca Basílio da Costa, caixeiro-viajante que deixou família em São Jerônimo e São Sebastião do Caí.

Renata de Cássia Pletz e Anderson Hartmann são amigos há mais de cinco anos no Centro Tradicionalista Gaúcho (CTG) Lauro Rodrigues, em São Sebastião Do Caí, cidade distante 66 km de Porto Alegre, e sempre brincavam que a conexão vinha de outras vidas. Eles só não imaginavam que fosse desta mesma.

Eles descobriram, após uma publicação nas redes sociais, que eram primos e compartilhavam um mesmo ramo genealógico. No domingo (10), eles reuniram os parentes de São Jerônimo e São Sebastião do Caí para celebrar o encontro da família.

“Até um mês atrás, a gente era colega no Movimento Tradicionalista Gaúcho. Ela é minha chefe, como vice-presidente de Cultura, e eu sou diretor de cursos. Ao longo dos últimos anos, a gente desenvolveu uma amizade forte. Só não imaginava o que estava por trás dessa conexão”, diz Anderson.

“A nossa relação sempre foi muito estreita, não só no trabalho voluntário, como também em uma amizade pessoal. Desenvolvemos muita afinidade, mas não sabíamos o que o futuro ou o passado no reservava”, acrescenta Renata.

Ela conta que a ascendência da família é toda portuguesa e toda casa portuguesa tem uma guirlanda ou um esplendor do Espírito Santo sob a porta. Por isso, Renata mandou fazer um azulejo português no nome da família Pletz.

O sobrenome da família do marido causou estranhamento no amigo, mas ela explicou que a mãe se chamava da Costa Moares Pereira Ramos. A partir daí, as coincidências começaram a assustar.

“O Ander comentou no meu post e disse: ‘Como assim, da Costa? Da Costa é meu avô, Basílio da Costa, que era um caixeiro-viajante. E eu disse: ‘Não, Ander, Basílio da Costa é o meu bisavô, que era um caixeiro-viajante. Começamos a conversar, conectar e juntar peças, e concluímos que o meu bisavô era avô do Ander, pai da mãe dele”, explica Renata.

Patriarca em comum

Basílio teve a primeira família em São Jerônimo. Com a primeira esposa, Anna Maria, teve seis filhos. Os últimos, um menino e uma menina gêmeos, morreram com a mãe no parto, em 1927.

Nesta época, o patriarca deixou a cidade e se mudou para São Sebastião do Caí. Ele se casou novamente, com Maria Juventina, e teve outros quatro filhos, mas morreu quando eles ainda eram crianças.

Como para a primeira família ele desapareceu e para a segunda partiu cedo, nenhuma das duas tinha muitas referências sobre quem tinha sido Basílio. Precisou que os amigos, décadas depois, juntassem algumas peças.

“Em dois minutos, a gente criou um grupo no WhatsApp e começou a entrar gente, gente, gente, gente, e cada um trazendo uma peça. A gente começou a compartilhar fotos e mostrando as semelhanças físicas”, descreve Renata.

Filhas do segundo casamento, Ivone e Eronita não faziam ideia que tinham tantos sobrinhos “perdidos”.

“Para mim, está sendo ótimo porque eu esperava tanto por isso. Sempre esperei. Eu, desde criança, sempre me senti tão sozinha, parecia que sempre me faltava alguma coisa. Falta um pedaço, né? E hoje eu tô realizada, encontrei toda minha família, está tudo bem”, afirma a aposentada Ivone da Silva Gomes.

“Eu cresci não conhecendo meu pai e eu sempre sentia aquele vazio, aquela ausência dele. Me fazia tanta falta um abraço, um carinho dele. Sempre aquele vazio. Eu não conhecia ele nem por fotografia e me manda essa família imensa, que eu jamais esperava. Eu tô realizada agora, muito realizada”, assegura a irmã, Eronita Hartmann.

A família, a partir de Basílio, está na 5ª geração. Após mais de 60 anos, o encontro foi marcado por churrasco e muita confraternização.

“De tudo que fica dessa história linda de vida é que o tradicionalismo, dentre outras tantas coisas que ele faz, é que conheçamos a nossa ancestralidade. Nós, que vivemos tanto a tradição, cultuamos tanto a nossa história, os nossos costumes, conseguimos chegar à nossa geneaologia, ancestralidade, porque o tradicionalismo uniu e, se não fosse o tradicionalismo, nunca teríamos descobrido a nossa família”, diz Renata.

Fonte: G1

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