Anúncio do Plano Safra Empresarial frustra expectativa dos representantes do Agro no RS

O Plano Safra Empresarial 2025/2026, anunciado na terça-feira, 1º, foi recebido com apreensão e críticas por representantes do agro gaúcho. Os juros para os financiamentos, considerados altos, o alto volume de recursos livres e a inadimplência de produtores do Estado constituem as principais preocupações.

Para o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, as medidas planejadas pelo governo tornam “muito mais grave” o cenário enfrentado por agropecuaristas do RS.

“O aumento das taxas de juros, que o governo tentou explicar muito, vemos como uma grande dificuldade para o setor, pois aumenta custos, além de ter diminuído os recursos controlados. O governo poderia ter anunciado R$ 1 trilhão, não teria problema algum, pois é tudo recurso livre. É juro de 14% e é isso aí”, disse Gedeão.

O economista-chefe da Farsul, Antônio Da Luz, também fez uma análise. Ao comparar os valores nominais da política pública do ciclo anterior, de R$ 508,59 bilhões, com a nova edição, de R$ 516,2 bilhões, afirmou que a diferença entre ambos, de R$ 8 bilhões, não será suficiente para cobrir nem os custos de produção.


Da Luz também chamou a atenção para o Plano Safra Empresarial, apontando que do recursos equalizados, com subvenção do Tesouro, são R$ 113,8 bilhões. “Dos R$ 516,2 bilhões o governo controla 22%”, pontuou, afirmando que o restante é negociado entre o produtor rural e as instituições financeiras conforme juros de mercado.

“Os outros 78% são recursos livres que sequer deveriam ser anunciados. O governo deveria divulgar apenas aquele que ele controla, equaliza, porque quando ocorre problema ele não quer nem saber”, criticou o economista-chefe da Farsul, acrescentando como negativo a falta de uma política assertiva sobre o seguro rural no país. “Quem não tem seguro rural acaba tendo que discutir renegociação de dívida”, disse.

Ao longo dos últimos meses, uma quantia significativa de produtores de todo o RS e principalmente da Fronteira Oeste, realizaram manifestações sobre a Securitização e os processos dos prazos das dívidas dos produtores. Alguns empresários tiveram dificuldades ao acesso ao seguro rural que viabilizava e assegurava o pagamento de algumas pendências financeiras.

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