Após mega-assalto em Criciúma, criminosos se esconderam em chalé alugado em Gramado

Segundo proprietários, imóvel foi reservado na tarde de segunda (30), horas antes do ataque. Seis pessoas chegaram ao local na tarde de quarta (2), entre elas Márcio Geraldo Alves Ferreira, conhecido como Buda, um dos presos nesta quinta (3).

O chalé onde um dos suspeitos de participar do assalto ao Banco do Brasil de Criciúma (SC) foi preso, na manhã desta quinta-feira (3), em Gramado, na Serra do RS, foi alugado cerca de 6h20 antes do crime, ainda na tarde de segunda (30).

O imóvel foi alugado por um site de hospedagem por temporada, por voltas das 17h20. A proprietária do local, que não será identificada por motivos de segurança, falou com o G1.

Os suspeitos estavam em dois carros e haviam feito a reserva até domingo. “Os hóspedes entraram ontem [quarta] à tarde, depois das cinco [17h]. Eram seis. Se comportaram com muita educação”, disse.

A família, que reside nos fundo, no mesmo terreno, acompanhou a ação da Polícia Civil e foi surpreendida. A proprietária não quis informar como a reserva foi paga, nem o valor. Segundo ela, no momento da chegada da polícia, somente duas pessoas estavam no local. Ela disse que ficou sabendo que os outros quatro já haviam saído, “para comprar celulares”.

Márcio Geraldo Alves Ferreira, conhecido como Buda, e que é integrante da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) de SP, estava no chalé e foi preso pela polícia. Ele é um dos nove suspeitos presos por participação no ataque à agência.

“A Polícia arrebentou o portão. Eu estava dentro de casa não via [a movimentação na outra casa]. O marido pedia pra ficar calma”, afirma.

“No momento a gente está um pouco chocado”, resume a mulher. Alugamos há quase 10 anos, nunca tivemos nenhum inconveniente com hóspedes”, relata.

Polícia prendeu dois suspeitos de ataque a banco em Criciúma em casa de hospedagem por temporada — Foto: Divulgação

Polícia prendeu dois suspeitos de ataque a banco em Criciúma em casa de hospedagem por temporada — Foto: Divulgação

Assim que a polícia entrou na residência da família para fazer buscas, a proprietária se identificou, avisou que tinha criança em casa e mostrou o comprovante da reserva feita pelos hóspedes no site. As equipes fizeram buscas e deixaram o local. Até a tarde de quinta (3), permaneciam na casa alugada para trabalhos de perícia, de acordo com a moradora.

“Foi uma casualidade”, diz a proprietária, que acredita que os policiais “estavam fazendo o trabalho deles”. Ela informa também que a Polícia já recolocou o portão do imóvel de volta no lugar.

Seis hóspedes

 

A família aluga pelo site há dez anos e, de acordo com a designer, nunca havia tido nenhum problema com os hóspedes. “Normalmente a gente aluga para famílias que vêm passar uma temporada”, ressalta. Gramado é um dos principais destinos turísticos do RS.

Marcelo estava em um grupo de seis pessoas, que chegaram por voltas das 17h de quarta-feira (2). A proprietária entregou a chave pessoalmente, e não desconfiou do grupo. “Se comportaram com muita educação. Estavam todos de máscara [para proteger da Covid-19],assim como eu”.

Prisões

 

Dois dos suspeitos foram localizados em Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, na manhã desta quinta-feira (3), segundo a Chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor.

Outros sete foram presos entre a tarde de quarta (2) e a madrugada desta quinta, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Os suspeitos são de São Paulo (8) – entre elas, uma mulher de 31 anos – e Minas Gerais (1).

Mais cedo nesta quinta-feira, um homem foi preso em uma casa localizada entre os municípios de Morrinhos do Sul (RS) e Três Cachoeiras (RS), às margens da BR-101.

Na terça-feira (1°), um galpão usado pelos criminosos foi encontrado pela Polícia Militar na cidade vizinha de Içara, a cerca de 9 quilômetros de Criciúma.

Na última segunda-feira, (30), cerca de 30 pessoas encapuzadas assaltaram a agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma. A ação durou 1 hora e 45 minutos. Pessoas foram feitas reféns e cercadas por criminosos. Houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia (veja detalhes no vídeo abaixo).

Os criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada pelas ruas. O valor levado e abandonado não foi informado. Após a ação, 10 carros usados no assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma.

Fonte: G1