‘As outras ondas parecem uma ‘marolinha’ diante da incrível onda que se apresenta’, diz Leite sobre ocupação de leitos no RS

Governador do Rio Grande do Sul fez críticas à falta de vacinas contra a Covid e disse que pediu, junto com outros governadores, ‘diplomacia’ na compra das doses.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), falou, na manhã desta sexta-feira (5), em entrevista à GloboNews, sobre o colapso no sistema de saúde do estado na última semana.

“O crescimento na ocupação de leitos é cinco vezes maior do que lá nas outras ondas que nós tivemos em junho e novembro. As outras ondas parecem uma ‘marolinha’ quase diante da incrível onda que se apresenta agora com uma taxa de crescimento cinco vezes maior do que se observou no ano passado, em momentos mais críticos da pandemia”, disse.

Leite falou sobre envio de uma carta ao presidente Jair Bolsonaro, junto com outros governadores, para que se compre e distribua mais doses aos estados.

“Não basta comprar vacinas. Aliás o Ministério da Saúde já anunciou a compra de, sei lá, 500 milhões de doses. Não se trata mais de comprar mais vacinas, se trata de ter mais vacinas. De conseguir adiantar as entregas das vacinas. O anúncio recente ‘compramos a Pfizer compramos a Jansen’, seja o que for que o Ministério apresente, ele está apresentando só pro segundo semestre. A gente não está reclamando em comprar, a gente está reclamando em entregar as vacina, que tenhamos vacinas”.

Nesta sexta, às 10h, o Rio Grande do Sul tinha 100% dos leitos de UTIs ocupados. É o quarto dia consecutivo de ocupação máxima.

RS teve incremento de 65% no total de leitos de UTI em relação a abril de 2020, início da pandemia, e o total de pacientes hospitalizados aumentou 183% no mesmo período. O crescimento do número de pessoas que precisam de um leito é, portanto, quase o triplo da expansão do sistema de saúde.

O governador falou, ainda, que esforço feito para ampliar serviços é insuficiente ‘diante do crescimento assustador’ e fez críticas a Bolsonaro.

“Se mesmo nesse quadro dramático é difícil convencer as pessoas, imagina há um mês atrás quando nós tínhamos queda de internações, queda de casos, não havia, por tanto, esse apelo que se tem agora. A grande dificuldade é essa. Talvez a principal porque a principal liderança do pais, o presidente da República, é o líder desse movimento e aí acaba gerando engajamento de parcelas da sociedade que desprezam o que está acontecendo, ignoram o que está acontecendo em perdas de vidas humanas que serão em numero maior nos próximos dias”.

Fonte e crédito: G1