Audiência Pública debateu o corte de árvores em Alegrete

A audiência pública proposta pelas vereadoras Nívea Souza (MDB) e Maria do Horto Salbego(PT), para tratar sobre o projeto Arborização Mais Segura da RGE, em que 348 árvores serão abatidas de Alegrete, segundo a empresa por estarem atingindo a rede elétrica levou um bom público à Câmara de Vereadores na noite do dia 13.

Cinco representantes da RGE, Secretaria do Meio Ambiente e os que são contra este abate estavam no Plenário Gaspar Cardoso Paines.

A vereadora Nívea Souza iniciou falando da atual falta de planejamento da arborização de Alegrete, de práticas adequadas de manejo, em podas ou abates que acarretam danos severos às àrvores.  Já a vereadora Maria do Horto Salbego, disse que a audiência trouxe em pauta um tema de extrema importância, auto sustentabilidade, a cidade e sua questão urbana. E que este trabalho da empresa deveria ter sido avaliado e discutido antes de ser colocado em prática.

Guilherme Donatto, coordenador ambiental da RGE mostrou  a interferência da vegetação na rede elétrica,  o que causa desligamento e queda de energia quando a queda delas não provoca a derrubada de postes, com prejuízos de falta de luz a milhares de consumidores.

Ele disse que a Arborização Mais Segura passa por três fases: estudo prévio, a parceria com a Prefeitura, a comunicação do que vai ser feito e por último a execução. Donatto lembrou do urbanismo do projeto em que serão plantadas mais arvores na cidade com maior área de copa.

A Secretária de Meio Ambiente, Gabriela Segabinazzi, falou que o número de pedidos de podas é bem significativo. Ela lamentou não ter mais vereadores na audiência, porque esses pedidos também passam por eles.  Este trabalho teve mapeamento, análise, estudo e quando assinamos o termo pedimos que a compensação fosse bem maior que o abate, salienta.  E também passou pelo Conselho do Meio Ambiente.

A Secretaria colocou os abates deste o ano de 2017 na área publica e privada em Alegrete.

2017- 209

2018- 99

2019- 100 ( até o momento) Estes na área privada

Na pública:

2017- 91 árvores

2018- 104

2019- 148

Julio Reck, Engenheiro Agrônomo que fez o plano de arborização urbana de Alegrete e tem larga experiência no assunto denunciou que não entende porque ipês amarelos que são árvores ornamentais, também, estão sendo abatidas. Ele colocou que não estão respeitando o artigo 213 da Lei Orgânica do Município que fala sobre este assunto.   Por exemplo para cada nativa abatida é preciso plantar 15 novas mudas. Isto está no Código Florestal, destacou.

O público que estava na plateia pode se manifestar e alegou que árvores ornamentais e sadias sendo abatidas, o que é crime ambiental e pede que o trabalho seja revisto.

Gilmar Martins colocou que isso levanta a questão de falta de consciência ambiental de se mostrar às pessoas que esta cultura de abaete só destrói e prejudica todo o meio ambiente, com desequilíbrios, o intenso calor por falta de sombra e a falta de locais para pássaros procriarem.

Depois de mais de duas horas de audiência pública foi acertado, entre as partes, que os abates vão se manter suspensos, temporariamente em Alegrete, até que o plano de Arborização Mais Segura seja revisto pela empresa e Prefeitura Municipal.  A suspensão acontece desde a última segunda-feira de acordo com a Secretária de Meio Ambiente, Gabriela Segabinazzi.

A RGE tem projeto de abater 348 árvores e plantar 600 novas mudas em Alegrete.

Vera Soares Pedroso