Bicitroller, a “engenhoca” que está dando o que falar

Uma criatividade que extravasa todos os limites, especialmente a fobia de altura. Esta é a definição para todo trabalho realizado pelo alegretense, Oscar Roodes. Aos 51 anos ele recebeu a reportagem do PAT, em sua casa, nos Canudos, para falar da mais nova invenção, um Bicitroller.

Antes mesmo de falar do Bicitroller, é impossível não questionar sobre a casa, uma arquitetura única, tudo é singular, feito por ele. Oscar sorri e destaca que não pretende “partir”, tão cedo, então com tempo disponível entre as duas faculdades, Direto na Urcamp e Engenharia Agrícola da Unipampa e IFF, além da empresa Multascar, encontra um tempo livre para colocar a mão na massa, literalmente, e está concluindo a construção, mas tudo de forma muito original.

Bem, mas a casa vai ficar para uma outra reportagem, pois é muita informação e riqueza de detalhes. Vamos ao Bicitroller que está dando o que falar. Há cerca de um mês, em um final de semana, Oscar decidiu verificar o que tinha de material para iniciar a “engenhoca” a partir de alguns vídeos. Autodidata, em muita coisa, o que tem dúvida ou não sabe, procura na internet e pronto, enquanto não está pronto, ele não desiste.

Assim iniciou o projeto do Bicitroller. Depois de conseguir o material para começar a base, tudo feito com materiais reutilizáveis, ele montou todo o projeto e começou a construção. A primeira ideia era adaptar um motor de moto, mas como não foi possivel, pois ainda está em negociação, com uma bicicleta ergométrica numa peça, sem nenhum uso, Oscar não pensou duas vezes e a invenção saiu do papel e se transformou em uma “obra” que tem sido motivo de curiosidade e interesse dos alegretenses.

Em dois finais de semana, Oscar, já colocou para rodar o Bicitroller. O primeiro passeio, pelos trilhos, foi com a enteada do filho que tem quatro anos, e achou o máximo. Já no último domingo, foi a vez da matriarca  que reside no mesmo pátio e ficou encantada. E claro, a reportagem não poderia deixar de passar por essa experiência O grande problema foi a fobia, da repórter, em passar na ponte férrea, mas com os olhos fechados boa parte do tempo essa etapa foi superada.

Oscar pedala, e a “carona” vai sentada, bem acomodada, numa cadeira, hoje de abrir e fechar, mas com muita segurança, ele consegue passear por locais, até mesmo desconhecidos para algumas gerações. Realmente a sensação é muito boa, incrível. De forma muito prática e leve, o passeio se torna uma forma de realizar um exercício e ainda conhecer pontos da cidade, além de curtir a paisagem. O inventor descreve que na última semana chegou até perto do frigorífico e que a sensação de liberdade de fazer uma “viagem” como se pudesse voltar no tempo.

Depois de ver como tudo funciona in loco, na sequência da entrevista, Oscar também destacou que um dos objetivos é  fazer do Bicitroller um meio de transporte até o IFFar, onde realiza o curso de engenharia agrícola, três vezes por semana, os outros dois são na Unipampa. ” Conversei com meus colegas e, assim que adaptar o motor da moto, vou fazer mais alguns ajustes, colocar uns bancos, um reboque e fechar com um toldo, desta forma, cerca de 12 pessoas poderão se deslocar de forma tranquila com um custo mínimo. Ainda tem uma outra possibilidade, que é de levar o Bicitroller na Unipampa, a pedido de um professor, e adaptar um motor elétrico, com isso, construir um teto solar e ele será movido a energia solar. Mas estamos avaliando. Outra função que o Bicitroller terá é para as pescarias do grupo.” – comentou.

O alegretense comentou que desde criança e muito curioso. Sempre em movimento e irrequieto, o sono é de no máximo quatro horas por noite.”Estou sempre lendo, pensando em algo para colocar em prática. Não que eu não confie nos demais profissionais, mas já tive exemplos de pagar um valor bem considerável para um conserto e no final, o problema foi resolvido com duas ou três aulas na internet. Improvisei as ferramentas e nunca mais tive problemas. Quando era criança, meu pai, um exímio carpinteiro, fazia verdadeiras obras de arte com o pouco de instrumentos que tinha. Desta forma, nossos brinquedos eram os desafios do que criávamos. Isso vem desde muito cedo e por influência” – lembrou.

Para concluir, Oscar que é casado com Tânia Maria Silva e tem um filho, Vinícius Roodes, simplificou dizendo que no mundo nada se perde, tudo se transforma. Com suas invenções ele economiza e tem o prazer de aprender.

Flaviane Antolini Favero