Depois da seca recorde em 2024, a expectativa é que o setor elétrico se recupere e a conta de luz se mantenha sem taxas extras, com bandeira verde, em boa parte de 2025. Afinal, é esperado que o clima seja mais ameno, com menos picos de calor e chuvas recorrentes durante o todo o ano, o que pode influenciar positivamente no preço.
O preço da energia está diretamente relacionado com o volume de chuvas. Isso ocorre porque aproximadamente 60% da energia elétrica gerada no Brasil vem de usinas hidrelétricas, que utilizam o fluxo de água para gerar eletricidade. Quando há uma seca ou períodos com volume de chuvas abaixo da média, os reservatórios das hidrelétricas ficam com níveis mais baixos, o que reduz a capacidade de geração de energia. Nesse cenário, o Brasil precisa recorrer a outras fontes de energia, como termelétricas, que são mais caras e poluentes, elevando os custos da eletricidade.
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O sistema de bandeiras tarifárias foi implementado no Brasil em janeiro de 2015 com o objetivo de informar os consumidores sobre as condições de geração de energia e seus custos a cada mês. Trata-se de uma cobrança adicional que visa ajustar os custos das distribuidoras de energia quando a produção se torna mais cara.
Existem três tipos de bandeiras: verde, amarela e vermelha. A bandeira verde é ativada quando as condições de geração de energia são favoráveis, resultando em uma conta mais barata. A bandeira amarela indica que a produção de energia está em situação de alerta. Quando as condições de geração são desfavoráveis, a bandeira vermelha é acionada. A bandeira vermelha, por sua vez, possui dois níveis de cobrança: o patamar 1, com um custo elevado, e o patamar 2, com um custo ainda mais alto.
Com temperaturas mais agradáveis e menor recorrência de ondas de calor a utilização de aparelhos que são considerados “vilões” na conta de luz são reduzidos, como o aparelho de ar-condicionado e refrigeração.
Além disso, um menor perda de água por evaporação acontece nos reservatórios das hidrelétricas, o que ajuda a manter o volume constante.
Em 2024, o Brasil registrou uma das piores secas de toda a sua história. Como consequência, a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) decretou situação crítica de escassez hídrica em cinco bacias hidrográficas: rio Paraguai; rio Madeira; rio Purus e seus afluentes; trecho baixo do rio Tapajós e rio Xingu.
Nos próximos dias deverá ser anunciado de forma oficial pelo Governo a bandeira tarifária para o primeiro mês de 2025.