Instituição de Camobi foi idealizada há anos, mas só no ano passado os voluntários conseguiram dar início ao trabalho para que o espaço fosse colocado em funcionamento em 2014
Além da dor de ter de conviver com o câncer e todas as consequências do tratamento, muita gente que luta contra a doença em Santa Maria precisa enfrentar a dificuldade de pagar o custo da estadia, que pode ser longa.
Para ajudar a amenizar o sofrimento, instituições de apoio acolhem pacientes que precisam ficar, por dias ou meses, a quilômetros de distância de suas cidades. A Casa Maria é uma delas. A instituição foi inaugurada em março deste ano, com a intenção de dar abrigo pacientes e seus acompanhantes.
São 21 leitos em 450 metros quadrados para atender crianças, jovens, adultos e idosos. Quem é acolhido pode contar, além da estadia, com cinco refeições diárias. A Casa Maria ainda dá suporte com dietas especiais para tratamentos, inclusive para pacientes de Santa Maria, que apenas procuram atendimento e não precisam de hospedagem. Os hóspedes passam a semana na casa e, aos finais de semana, costumam ir para suas cidades. Na segunda-feira, eles voltam para Santa Maria e retomam o tratamento. Martina Rosseti, 54 anos, é exceção: em maio, ela fez um transplante de medula óssea e, há um mês, está no abrigo.
_ Eu estou bem aqui. Para quem precisa, é um lugar muito bom, e a gente não se preocupa em gastar. Tem tudo aqui _ diz Martina, que veio de São Luiz Gonzaga.
A casa alugada é mantida com doações. Conforme Cristina Lago, assistente social, qualquer tipo de doação é muito importante:
_ As pessoas podem nos ajudar com doações em dinheiro, em eletrodomésticos. A nossa demanda nunca para de aumentar.
O atendimento também é voluntário: 16 pessoas se dividem entre secretaria, telemarketing, limpeza, cozinha, coordenação, além de atendimentos com psicóloga e assistente social. Cristina conta que a ideia é que, futuramente, os voluntários recebam salário.
_ Há voluntários que podem vir duas, três vezes na semana. Também temos que cumprir as leis trabalhistas. A cozinheira, por exemplo, precisa ser assalariada _ explica Cristina.
A ideia da casa surgiu há anos, conforme a assistente social. Mas foi em 2013 que os voluntários conseguiram iniciar o trabalho para que, neste ano, a casa começasse, enfim, a funcionar. A casa é Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). A presidente da instituição, Leonilda de Oliveira, conta que perdeu duas irmãs, que morreram durante o tratamento contra o câncer e que, por isso, decidiu montar a casa:
_ A gente já passou por isso e, daí, veio a ideia de ajudar. Um abraço e uma palavra de conforto é sempre bom, principalmente nestes momentos difíceis.
Fonte: Diário de Santa Maria