Chauanna, uma super mãe que não teme desafios para tratar o filho de 9 anos

Chauanna Nascimento é mãe do Maurício Nascimento, que hoje tem nove anos. Ela conversou com a reportagem sobre os desafios de ser mãe e pai de uma criança especial. A narrativa é desde o nascimento prematuro, o diagnóstico, o tratamento,todos medos e vitórias.

Chauanna disse que o filho nasceu no dia 04 de novembro de 2009 na Santa Casa de Alegrete. Devido a complicações, o guerreiro nasceu no quinto mês de gestação.

A mãe disse que à época estava com 18 anos, era bem jovem, mas a responsabilidade e o amor pelo filho iniciaram no momento em que soube que estava grávida. Ela ressaltou que agradeceu muito a Deus pois estava sendo inaugurada a UTI Neonatal. Com 1.040kg e 23 centímetros, Maurício precisava muito daquele tratamento intensivo, e para agravar mais o quadro no início ele perdeu peso e ficou com 800g.

“Meu filho coube na palma da minha mão ” lembrou.

Por dois meses, o guerreiro ficou na Neo até chegar aos comemorados 2.500kg. Finalmente a notícia mais esperada pela família, Maurício iria para casa. Quando já estava no seu lar, rodeado de muito amor e carinho, a mãe percebeu que ele tinha cabeça grande e houve o diagnóstico de Hidrocefalia.

Aos cinco meses foi a primeira cirurgia em Uruguaiana, com o neurologista Mocelin, onde foi colocada uma válvula da cabeça ao intestino para que ele pudesse expelir o líquido pela urina.

A recuperação foi um sucesso, ele estava muito bem, uma criança normal, como descreveu Chauanna.

Passado o período determinado, ela retornou para consulta de revisão, em Uruguaiana. Entretanto,neste momento, veio mais um enorme desafio, Maurício contraiu a meningite bacteriana.

“Quando meu filho iria completar seu primeiro ano de vida, iniciamos mais uma luta, ele ficou um mês hospitalizado na Santa Casa de Alegrete e na sequência foi transferido novamente para Uruguaiana, onde permaneceu mais 30 dias. Cada dia era uma conquista, não foi fácil, mas conseguimos vencer, porém, a doença deixou sequelas, ele perdeu a visão e surgiu a paralisia cerebral.

Contudo, eu nunca desisti, minha família sempre esteve junto a nós e procuramos recursos em Porto Alegre” – destacou.

Chauanna procurou por neurologistas, oftalmologista infantil entre outros. Em 2011, o diagnóstico foi de que Maurício havia perdido totalmente a visão e no mesmo período iniciaram as convulsões. Ele passou a tomar três medicações e a família teve que intensificar as viagens de três em três meses. Todos os médicos eram de Porto Alegre.

“Maurício é uma benção de Deus, hoje está com 9 anos, toma 1 medição e faz acompanhamento na Apae com fisioterapeutas, estimulação precoce e fonoaudióloga, também mantém tratamento em Porto Alegre com neurologista e oftalmologista. Já em Santa Maria tem acompanhamento com ortopedista. As viagens ainda continuam de três em três meses de rotina.”explicou.

“Meu filho era todo “molezinho”, não falava, não caminhava. Mas o tempo e o tratamento são indispensáveis para que o resultado apareça. Ela também contou com a ajuda da Equoterapia e, na atualidade já senta, faz sons de voz e recuperou 100% da visão, apenas faz uso de um óculos para perto.  Eu como mãe, posso garantir que ele é tudo o que eu tenho em todos os sentidos. Ele é uma vitória de Deus na minha vida.”- se emocionou ao falar.

Chauanna ressalta que as dificuldades hoje são bem menores, ela dedica todo o seu tempo para filho.

“Sou uma mãe guerreira, mas tenho Deus nas nossas vidas e a minha família.
Maurício é amado por todos. Ele é uma Vitória de Deus principalmente na minha vida, pois me ensinou muitas lições. Meu filho foi rejeitado pelo pai que na época pediu DNA e disse que não queria vê-lo.
Mas graças a Deus, não fez falta porque amor e carinho tem de sobra. Isso não falta na família e pessoas do nosso convívio.

Eu faço com muito orgulho o papel de mãe e pai, porque Deus jamais nos dará um fardo sem nos dar força e amparo para carregá-lo. Não digo que meu filho é um fardo, mas ao longo desses anos, todas as dificuldades que passamos e todas as informações e experiências com novos diagnósticos, incertezas e custos, foram inúmeros os receios de não conseguir superar, mas ele é minha maior inspiração. Seu amor move tudo.

Para finalizar, Chauanna comentou que o relato também é para encorajar a família do guerreiro Valentim, que foi há pouco tempo diagnóstico com meningite bacteriana e, está em Porto Alegre. ” Quero dizer que não desistam, continuem firmes, porque primeiro vem a Luta e depois a vitória” – concluiu.

Flaviane Antolini Favero