O festival realizado no último sábado (30), no CTG Farroupilha, teve como vencedora a canção “Cincerro da Minha Tropilha”. Letra de Marcelo Mendes e Mauro Silva, interpretada com êxito pela dupla que também levou o prêmio de melhor melodia do festival alegretense.
No total de 52 músicas, apenas 15 letras foram selecionados pela comissão de jurados nesta 2ª edição do Saleiro da Canção Crioula. Com dois temas propostos há mais de 15 dias em que os músicos tiveram o prazo de duas semanas para produção e envio das músicas pelo grupo criado no aplicativo WhatsApp.
Em sua 2ª edição, o novato é já consagrado festival teve que se reinventar em razão da pandemia do novo coronavírus. Este ano, a apresentação dos concorrentes foi temática e virtual, com transmissão ao vivo simultânea pelo Youtube e Facebook.
O Festival tem organização da Confraria Cocho de Sal, e neste ano um cenário foi montado para apresentação dos músicos e organizadores Cristiano Fantinel e Gerson Brandolt. Com um espaço para depoimentos de vários músicos de todo Estado, o Saleiro da Canção Crioula consolidou mais uma edição de sucesso, brindando a boa música nativista.
O trio de jurados Tiago Souza, Chico Bastos e Alemão Goulart, tiveram trabalho para apontar as vencedoras. Mas no final deu a bela canção interpretada por Marcelo Mendes e Mauro Silva, “Cincerro da Minha Torpilha” levou o título de campeã e melhor melodia.
A vice-campeã foi “Meus Tordilhos”, de Paulo Dias Garcia e Leonardo Quadros, que asseguraram uma boa interpretação e levaram o 2º lugar. Já a canção “Tem Coisa Que Não Se Compra”, letra de Nelson Souza e Gilberto Lamaison, contou com a interpretação solo de Nelson Souza, que arrematou o prêmio de Melhor Letra do Saleiro 2020.
Com os votos dos internautas, a canção Mais Popular do festival foi “Desconfiado”, letra de Joaquim Brasil, Fernando Broda e Passarinho Teixeira Nunes, com interpretação de Joaquim Brasil.
“O Saleiro da Canção Crioula (Temático e Virtual), em meu nome, do Gerson Brandolt e a Confraria Cocho de Sal agradecemos de coração os compositores e músicos participantes. E agradecemos imensamente a audiência e mensagens de carinho dos amigos. Vida longa ao Saleiro Da Canção Crioula. Deu pra reduzir a saudade dos palcos”, comemorou Cristiano Fantinel.
1° Lugar: CINCERRO DA MINHA TROPILHA
(Marcelo Mendes e Mauro Silva)
Interpretação: Marcelo Mendes e Mauro Silva
Violão: Edson do Carmo
CINCERRO DA MINHA TROPILHA
Quebra o silêncio do pago um cincerro cantador,
pescoceiro madrinheiro na estância madrugador.
Num tropel de melodias na frente da cavalhada,
benzido em noites de lua pela madrinha bragada…
Florido na primavera beija o pasto romanceiro,
quando retoça a eguada,lindeira ali do potreiro.
Nas águas claras do açude contraponteia um tajã,
reluzindo ao trote largo o sol de cada manhã!
Num verão castigador mescla sonidos e poeira,
pingando gotas de suor na forma lá da mangueira.
“Sencillo” as vezes se cala e seu bailado descansa,
só pra escutar a coscorra, do freio “das minhas confiança”!
Quando o minuano assobia pra te fazer um costado,
canta mas não se assanha prevendo algum tempo brabo.
Se o outono na campanha repontar folhas no vento
no sereno que tu choras se prendem ao teu pensamento…
Inverno pra o pelo grosso cobre tua face de geada,
floreando tuas cantorias num tilintar pela estrada.
Aqui fez tempo e morada sempre que a lida apresilha,
buenos picaços te seguem cincerro da minha tropilha!
Júlio Cesar Santos Fotos: reprodução e Saleiro da Canção Crioula
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