Cinco pessoas são diagnosticadas com covid-19 após roda de chimarrão

Contaminação com o compartilhamento de cuia e bomba foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde de Guarapuava

O compartilhamento da cuia e da bomba numa roda de chimarrão acabou causando a contaminação por covid-19 de cinco moradores de Guarapuava, na região central do Paraná. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma das pessoas que participou da roda estava com a doença.

Conforme a secretaria, a moradora com exame positivo para coronavírus não respeitou o isolamento social recomendado e decidiu visitar uma amiga. No local, compartilhou o chimarrão com outras cinco pessoas.

— Isso comprova que há a transmissão do vírus pelas gotículas de saliva e, por isso, é importante não compartilhar objetos pessoais neste momento de pandemia — ressaltou a médica da Secretaria Municipal de Saúde, Lívia Martins Santos.

Até quinta-feira (4), a cidade tinha 38 casos confirmados de covid-19, segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde.

Outro caso de transmissão da doença, depois do compartilhamento de cuia e bomba de chimarrão, ocorreu em Pinhão, distante 52 quilômetros de Guarapuava. Uma pessoa contaminada passou para outras três.

Ministério da Saúde faz alerta desde fevereiro

Em fevereiro deste ano, ao confirmar o primeiro caso de covid-19 no Brasil, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu que os gaúchos “dessem um tempo na roda de chimarrão”. A doença é transmitida a partir de gotículas que saem da boca das pessoas contaminadas. Portanto, a roda de chimarrão se torna propícia para a transmissão do coronavírus e outras infecções respiratórias.

Diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a infectologista Lessandra Michelin lembra que a roda de chimarrão não é o único fator de transmissão do vírus: tomar caipirinha no mesmo copo ou compartilhar qualquer canudo também estão lista.

 — Não é só o chimarrão. É o mesmo risco de quem foi para o Carnaval e beijou muito. Se deve parar? O mais importante é estar consciente de que esse hábito pode ser arriscado em uma época de risco. Isso acontece com qualquer compartilhamento — justifica.

Fonte: Gaúcha/ZH