Chuva de granizo que caiu na quinta-feira (17) atingiu 12 bairros de Lagoa Vermelha. Ginásio do município virou ponto de arrecadação e distribuição de roupas, colchões e alimentos para famílias necessitadas.
O granizo que caiu em Lagoa Vermelha, no Norte do estado, formou um tapete branco nas ruas e deixou estragos no município. Milhares de residências foram destelhadas e mais de 800 pessoas precisaram deixar suas casas.
“Saí do serviço e vim olhar, mas, homem do céu, é de apavorar. Faz 55 anos que eu moro no bairro e nunca tinha visto”, relata o eletricista João Carlos Neves.
“Não dava nem para caminhar aqui. Se caminhasse meio ligeiro, caía. Dava um palmo e pouco de gelo”, continua o morador.
De acordo com a atualização mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, cerca de 4 mil casas foram atingidas. Moradores contam que a chuva de granizo que caiu na quinta-feira (17) durou aproximadamente 1h, mas foi o suficiente para atingir 12 bairros de Lagoa Vermelha.
A aposentada Noeli de Chaves vive há 75 anos na mesma casa. Ela diz que também nunca havia testemunhado algo parecido. A residência dela ficou cheia d’água, e os móveis foram danificados.
“Foi a primeira vez. Não deu para acudir nada. Molhou tudo. Esperar o sol para enxugar”, lamenta a moradora.
Na casa da Marisete de Oliviera, grande parte do telhado se perdeu. “Só estávamos eu e a nenê dentro de casa, não tinha onde a gente se esconder, a gente foi para baixo da mesa. Eu comecei a chorar, ela também, deu vômito nela”, lembra a diarista.
‘Maior evento que aconteceu na cidade’
Grandes pedras de granizo caíram em Lagoa Vermelha nesta quinta (17) — Foto: Bruno Pozer / Arquivo Pessoal
A Defesa Civil de Lagoa Vermelha estima que aproximadamente 80% das casas tenham sido danificadas na cidade.
“Algumas destruiu totalmente o telhado, outras, parcialmente. Historicamente, esse foi o maior evento que aconteceu na cidade. Pelo estrago, quantidade de danos”, afirma o coordenador da Defesa Civil de Lagoa Vermelha, Admilson Ferreira da Silva.
Nos bairros mais atingidos, moradores fazem fila no aguardo de coberturas para suas casas. O ginásio de Lagoa Vermelha virou ponto de arrecadação e distribuição de roupas, colchões e alimentos. Quem precisa, agradece a solidariedade.
“Será bem-vinda”, define a doméstica Elidiane Aguir de Lima. “Perdemos sala, cozinha, ficou só o quarto dos meus guris, que era folha grossa. A frente foi tudo”, relata.
Fonte: G1