Depois de 4 anos, Dr Francisco Morsch deixa Alegrete com elogios à cidade

Aos 37 anos, o Juiz Dr Francsico Luis Morsch, mestrado em Teoria do Direito, atual diretor do Fórum, depois de quatro anos em Alegrete onde atuou em todas as varas da Comarca, no dia 2 de agosto, deixa a cidade para trabalhar em Esteio.

Tranquilo e seguro conta desta sua experiência que, conforme ele, foi de suma importância em sua carreira em razão das peculiaridades de Alegrete e da Comarca local.

Com formação em Colégio Militar e formado em Direito pela UFRGS, Morsch salienta que disciplina, foco e concentração o fazem agir para aproveitar o máximo do tempo em trabalho. -Digo a todos os que trabalham no Fórum chega no minuto certo e sai na hora determinada. Assim, com empenho de todos e muito profissionalismo e dedicação, informa que mesmo sem o quadro de magistrados completo conseguiu distribuir e dar andamento aos 15 mil processos sob sua responsabilidade.

Filho de pai advogado (in memorian) e a mãe professora de Literatura foi criado com biblioteca em casa e muita leitura. E apesar de ser craque em matemática, o que o fez dentre 55 mil vestibulandos da UFRGS, a época em que entrou no Direito ter a segunda melhor nota nesta disciplina, resolveu cursar humanas.  E diz rindo que desde pequeno gostava de brincar de juiz , com outras crianças em frente ao local onde sua família morava.

– Uma Vara Cível, com audiências todas as tardes, já desafoga muito. Já na Criminal, pela quantidade de processos, mesmo com audiências todos os dias, o trabalho não dá conta”, considera.

Mesmo com atuação em todas as Varas se diz inclinado a atuar na Cível, porque considera riquíssima e para ele é grande a satisfação quando consegue ver a situação de uma criança ou de um idoso acomodada, de forma humana, em decisão judicial, o que traz uma satisfação imensa, por se valer do Direito para fazer Justiça.

Juiz há 10 anos, já passou por cinco cidades (Tucunduva, São Gabriel, Charqueadas, Cachoeira do Sul e Alegrete) e volta para perto de sua cidade e da família da esposa- Porto Alegre. Na Comarca de Esteio, onde vai trabalhar, diz que tem 4 mil processos bem diferente do nosso Município que  chegou a ter 25 mil distribuídos em todas as Varas

 A estada em Alegrete

Aqui ganhou os seus dois melhores presentes: as filhas Bárbara de 1 ano e meio e a Luiza de dois meses, revela o Juiz com brilho nos olhos.

-Posso dizer que só tenho que agradecer este tempo em que estive aqui. O trabalho e todos os servidores pegaram juntos. Destaco, também, os advogados os quais sempre tive uma convivência respeitosa para as melhores decisões.

Alegrete é diferenciado apesar te ter menos de 80 mil habitantes, salienta. Temos excelentes lugares para comer com uma rica gastronomia. Como gosta de anda a pé, sentir a cidade, ele e sua esposa sempre fizeram isso. Ele lembra de um fato que leva na memoria da cidade quando, no Quiosque, havia os que cantavam embaixo das árvores, o que considerava algo muito especial.

-A cidade tem algo que não se vê em outros locais, com esta frequência, a música ao vivo nos barzinhos, os quais gosto muito. E como tem gente boa que canta nestes locais. E considerável a qualidade dessa gurizada e isso eu curti muito aqui.”

O momento de maior estresse em que passou acredita que foi a falta de luz  no Fórum, por uma semana, em fato que aconteceu recentemente e provocou muito desgaste, pontuou.

Outra passagem que o deixou bastante comovido, aqui na cidade, é com a grande quantidade de pessoas da comunidade, de todas as profissões e classes sociais, que se envolvem em trabalhos comunitários e ajudam em causas sociais. Diz que isso não é comum em outros locais ver, por exemplo, estudantes com o pé no barro tirando gente da enchente, o que considera ações ímpares e diferenciadas em Alegrete.

E, por último, não deixou de destacar a presença da imprensa comprometida, presente e isenta aqui no Município, formadores de opinião e prestando um trabalho essencial à comunidade, como deve ser. – A primeira coisa que eu vejo pela manhã é o Alegrete Tudo, antes de vários fatos chegarem à Comarca e, muitas vezes, bem mais completos, salientou .

Vera Soares Pedroso