Efeito Coronavírus: fome já bate à porta de muitas famílias de Alegrete

Em menos de 15 dias de quarentena, a situação de alguns já está bem difícil. Não só pelo fato do isolamento, mas pelas condições econômicas impostas, principalmente aos autônomos que não tem como ganhar dinheiro.

No dia 25, enquanto a reportagem trabalhava para fazer fotos, de longe, e registrar como está a cidade, duas cenas demonstram o que muitos já estão passando por conta da pandemia do coronavírus.

Um catador juntando lixo na Rua Vasco Alves ao ser interpelado, por que não estava em casa, já que não tem  para quem vender. Disse: estou catando lixo e vendo se tem algo que possa comer já que não tenho nada em casa. Uma resposta impactante a quem reclama de estar trancado, mas pelo menos tem o que comer.

Outro fato que marcou o trabalho da repórter foi de uma família que veio de carroça do bairro Renascer, distante do centro de Alegrete. Um casal e três filhos, sendo um bebê. Enquanto a mulher esperava para entrar na Caixa Federal, o homem que faz fretes aguardava na carroça com as crianças.

– Não estamos em casa, porque viemos pegar o que nos resta para alimentar a família, já que agora tudo parou. Ele disse que estão fazendo o que pedem e um pouco assustados com tudo isso.

São apenas dois exemplos do que mudou e afeta as pessoas. Muitas destas pessoas já viviam uma situação difícil de vulnerabilidade que está sendo agravada pelo efeito coronavírus.

A Secretaria de Promoção Social está distribuindo marmitex na Cozinha Comunitária na Avenida Caverá. Para receber alimento é necessário passar por avaliação no CRAS, informou a Secretária Iara Caferatti Gonçalves.

Mesmo assim, o Decreto Municipal que determinou o fechamento do comércio e outros estabelecimentos se mantém e a ordem é para que  as pessoas fiquem em casa, que por enquanto é a maneira mais indicada de evitar a disseminação do coronavírus . O Brasil mostra curva ascendente de contaminação.

Vera Soares Pedroso