Entenda o que é a dismorfia corporal, também chamada de síndrome da feiura imaginária

Você certamente já se olhou no espelho e percebeu alguma imperfeição no seu corpo e, ainda que momentaneamente, se sentiu frustrado, pois não gostou do que viu.

Entenda o que é a dismorfia corporal, também chamada de síndrome da feiura imaginária
Entenda o que é a dismorfia corporal, também chamada de síndrome da feiura imaginária

Ainda que essa percepção sobre o nosso corpo seja normal, existem casos de insatisfação extrema que podem receber o diagnóstico de transtorno dismórfico corporal (TDC), mais conhecido como dismorfia corporal ou, ainda, síndrome da feiura imaginária. Esse transtorno afeta cerca de 4,1 milhões de indivíduos só no Brasil, tanto mulheres quanto homens, entre 15 e 30 anos.

A pessoa que sofre com dismorfia corporal tende a analisar demasiadamente cada detalhe do próprio corpo, sempre tentando perceber defeitos que, na verdade, são ilusórios. Na maioria dos casos, as preocupações excessivas são relacionadas ao peso, aos órgãos genitais, ao cabelo e à pele. Acredita-se que as redes sociais e a imposição de padrões de beleza inatingíveis também agravam a dismorfia.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo Silva, é comum que os pacientes realizem comparações com os corpos de outras pessoas, o que pode comprometer a sua capacidade funcional, em razão da baixa autoestima.

Geralmente, as suspeitas de que o indivíduo sofre com dismorfia corporal surgem em consultórios de dermatologistas e cirurgiões plásticos, que frequentemente são procurados para reparar defeitos estéticos que são  percebidos apenas pela pessoa que sofre com o transtorno. Os principais sintomas da dismorfia corporal são: preocupação patológica (inquietação); pensamentos obsessivos; comportamento repetitivo (se olhar várias vezes no espelho, por bastante tempo); e sofrimento exagerado (tentativa de disfarçar os falsos “defeitos”).

Segundo a médica dermatologista Luciana Conrado, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a pessoa com dismorfia corporal nunca expressa satisfação com o próprio corpo, pois logo que uma “imperfeição” é arrumada, surge outra. A profissional ainda destaca que o tratamento deve ser multidisciplinar, feito através de terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, é necessária a prescrição de antidepressivos.

A terapia auxilia o paciente a enfrentar situações que podem desencadear situações de risco, como sair de casa e se olhar no espelho; já o tratamento medicamentoso ajuda o dismórfico a tratar a síndrome do pânico e a ansiedade decorrentes do transtorno. Em casos mais graves, se não tratada corretamente, a dismorfia corporal pode levar o indivíduo ao autoflagelo e, em casos ainda mais extremos, o dismórfico pode tentar suicídio.

A prevenção do distúrbio não é tarefa fácil, em razão de que pode ser desencadeado tanto por fatores sociais, quanto por psicológicos e hereditários. Por isso, é necessário que se preste atenção nos sinais de dismorfia corporal, principalmente em adolescentes e, caso sejam percebidos sintomas, deve-se buscar auxílio com psicólogo ou médico psiquiatra.

Fontes: Veja Saúde, VivaBem UOL e Tua Saúde.

João Baptista Favero Marques

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