Estação Férrea de Alegrete apresenta sinais de abandono

A Estação Ferroviária da cidade de Alegrete, construída em 1924,  serviu de cenário durante décadas para viajantes de todo o estado, do  país e até dos países fronteiriços. A  decadência do transporte ferroviário no final dos anos 80 teve como conseqüência a suspensão dos trens para passageiros permitindo que a Estação perdesse sua função e  a cidade ,  o empobrecimento de uma classe social, silenciando sua forte vocação de cidade ferroviária.

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Testemunhos de um tempo áureo parecem querer resistir a todos os entraves e assim manter viva a “estação” que ainda é retratada em fotografias, folders,  revistas,  e até  cartões postais antigos resistem , dignificando este local como  um importante  ponto turístico da cidade.

É necessário manter a  historicidade  desta Estação através da história,  mas também perceber que o lugar serve as  imagens e  imaginários na composição da  atividade turística.

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Assim, lugares como a Estação Férrea de Alegrete,  conhecida como  um símbolo local, porque no entorno desta obra, desde sua construção em meados de 1924, desencadeou-se o contexto social da cidade configurando a ela  uma cultura. Qualquer cidadão alegretense que viveu esta história  carrega consigo memórias do passado, assim como outros,  que mesmo não residindo aqui, puderam utilizar-se dos serviços ferroviários.

Uma construção histórica como a Estação retrata o passado pujante de uma cidade e hoje, mesmo sendo um patrimônio que apresenta um  processo de deterioração, deveria estar inserida em planos de recuperação. Essa história precisa ser olhada como forma de um resgate cultural como representação simbólica  de uma sociedade.

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Com mais de um século, a antiga Estação Ferroviária de Alegrete abriga setores da 4ª RT; Cepal e AJS e no último dia 30, intitulado o dia ferroviário o Portal Alegrete Tudo esteve visitando o local.

Nada a comemorar. Explorado pela empresa América Latina Logística o local está com aspecto abandonado, não fosse as dezenas de cargas que passam pela “gare”, semanalmente. Uma turma se preparava após intervalo para “alinhar” trechos requisitados pelos técnicos da ALL.

O recinto ferroviário está aberto, há casas e trilhas usadas por pessoas que atravessam os trilhos na intenção de encurtar a distancia entre o bairro e o centro. Nem mesmo uma passarela serve de locomoção para os pedestres, eles preferem cruzar pelos trilhos.

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Um matagal toma conta do recinto. Dias atrás uma medida judicial derrubou casas que estavam erguidas no recinto. Algumas ficaram de pé e há moradores residindo livremente no espaço que a Promotoria Pública pediu reintegração de posse.

Há vidros das janelas quebrados, portas danificadas. O lugar remete a um deserto, não fosse um pedestre cruzar sob a passarela, o mato não incomoda. Vez por outra um trem com cargas interrompe a passagem, eles pulam. Isso mesmo, com trens no recinto são poucos pedestres que usam a elevada.

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Não encontramos ninguém dos órgãos que ocupam o prédio central, mas o certo que o prédio histórico está sob ação do tempo, ali não há projetos de conservação. Há lixo espalhados por todos os lados, grafitagem nas paredes e nos trens, depredação do patrimônio e o matagal toma conta dos trilhos e espaço do “Gare”.

A empresa América Latina Logística S.A. é detentora da concessão da Malha Sul, que cobre o transporte ferroviário entre as antigas superintendências de Curitiba e Porto Alegre que pertenciam à RFFSA. Além de manter o tráfego nas ferrovias, a empresa também é responsável pela manutenção e conservação de estações e áreas do entorno dos trilhos.